CAPA: LEONÅRDO MIGGORIN ENTRE A DRAMATURGIA E A PSICOLOGIA

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LEONÅRDO MIGGORIN ENTRE A DRAMATURGIA E A PSICOLOGIA

Prestes a estrear na novela Beleza Fatal, na Max, Leonårdo Miggorin esteve em cartaz com o monólogo “Não se Mate”, onde tirou aplausos de grandes plateias, e em breve vai rodar o Brasil começando por São Paulo. Porém, seu maior desafio mais recente foi se tornar professor universitário (na UniBTA) de psicologia, que segundo ele foi a maior escola para fazer um monólogo. Formado como Psicólogo e Psicodramatista, Leo hoje possui uma visão muito maior do ser humano, algo que o ajuda em especial na hora de construir um novo personagem. “Eu tenho duas das profissões mais lindas do mundo – no Teatro, a arte de emocionar e na Psicologia, a capacidade de acolher”, comenta ele ao longo dessa entrevista para a MENSCH.

Como está sua expectativa para essa volta às novelas com Beleza Fatal? Acredita que esse modelo de novela, com menos capítulos, no streaming, é uma nova tendência? Com novas produções para o streaming, como você vê, hoje, o mercado para o ator? Foi sensacional rever tantos amigos no set de gravação. Já havia trabalhado com muitos ali: a diretora Maria de Medicis (em Insensato Coração, 2011), Marcelo Serrado, Caio Blat, Camila Pitanga, Giovanna Antonelli, Herson Capri… Então, foi como um retorno a um lugar conhecido, do qual sentia muita saudade. Foi muito divertido gravar RAFUDA, meu personagem. Um tipo diferente de outros que já compus ao longo da carreira. Personagem desafiador, pois me exigiu uma entrega grande. Tive que deixar de lado a vaidade e qualquer tipo de pudor pra entrar em cena com a energia de RAFUDA.

Você esteve em cartaz em Belo Horizonte com o monólogo “Não se Mate”. Pretende ficar em turnê pelo Brasil? Tem novos projetos para o teatro para este ano E como é empreender nesta área? O espetáculo Não se Mate é meu primeiro solo, com direção e dramaturgia de Giovani Tozi. Foi difícil encarar sozinho uma plateia, mas estou ganhando experiência. Nos últimos anos, me tornei professor universitário (na UniBTA) e essa, sim, foi a maior escola pra fazer um monólogo. Afinal, encarar alunos universitários (de Psicologia) ávidos por conhecimento exige preparo e coragem!! Vamos viajar com a peça que estreia ainda no primeiro semestre em São Paulo e depois, viajar pelo Brasil. Estou muito surpreso com o resultado e com a reação do público. Muito feliz mesmo! Um aprendizado imenso. 

De que forma seu trabalho como psicólogo ajuda em suas atuações? E o que essas duas carreiras têm em comum? Eu sempre tive essas duas paixões: o Teatro e a Psicologia. Me formei enquanto fazia novelas, indo e vindo entre Rio e São Paulo. Demorei 10 anos pra me formar, mas valeu a pena. A psicologia sempre esteve a serviço da Arte, na minha vida. Mas, hoje, essa equação mudou um pouco. Após a pandemia, formado como Psicólogo e Psicodramatista, percebo cada vez mais a necessidade das pessoas em terem esse tipo de acompanhamento terapêutico. Atendo como psicólogo e trabalho com treinamentos em escolas e empresas. 

Como é pra você se dividir entre uma carreira que precisa de exposição (ator) e outra que demanda mais discrição (psicólogo)? É um paradoxo, mas uma coisa não exclui a outra. É preciso ser responsável e ético em cada ação. De fato, exige uma postura pública de maior maturidade. Mas, ter maturidade não significa ser fechado ou sério, é possível ser alegre e ainda assim ser responsável. Eu não excluo nada. Quando um paciente me pergunta algo sobre minha vida nas artes, procuro entender o que isso significa pra ele, quais as fantasias envolvidas. Tudo com muito respeito, sigilo e ética. Sempre! Eu tenho duas das profissões mais lindas do mundo – no Teatro, a arte de emocionar e na Psicologia, a capacidade de acolher. 

Conhecemos bastante o Leo ator, mas o que você pode nos contar do Leo na intimidade? O que você gosta de fazer longe dos holofotes? Longe das telas e das redes sociais eu gosto de estar com minha família ou com meus amigos mais íntimos. Adoro dançar, rir, passear, jantar fora, fazer trilhas e conhecer novos lugares. Uma coisa que tenho feito muito é artesanato em casa – faço velas aromáticas e bandeiras de madeira, um passatempo maravilhoso! Também gosto de pegar a estrada sozinho e dirigir por horas. 

Em relação a estilo de roupas, como você se define? É mais básico ou gosta de ousar? Sou bem básico, quase careta, mas estou sempre querendo melhorar. Acho que faltei às aulas de senso de estética e figurino. Às vezes, saio todo bagunçado. Por isso, aposto no básico. 

O que você espera de 2025? O que pode nos contar sobre novos projetos? Estou produzindo novas peças de teatro e trabalhando com a Psicologia de forma mais consistente. Vou dirigir um espetáculo que escrevi sobre loucura e psicopatologia. Estou me preparando para abrir uma escola de artes. O ano de 2025 está só começando e espero que seja um ano saudável, de conquistas importantes.

Fotos Marcio Farias

Produção executiva e styling Samantha Szczerb

Locação Canastra Trattoria

Agradecimentos Zduoz, Riachuelo e Amil Confecções