CAPA: A viagem musical de Thiago Martins até o sucesso na TV e palcos

Com uma bela história de superação e sucesso, o ator Thiago Martins sem querer terminou servindo de exemplo de perseverança e profissionalismo quando saiu do morro do Vidigal. Venceu algumas barreiras e graças ao apoio da família e seu talento, alcançou o sucesso. Seja cantando ou encarando novos desafios na TV e no cinema, Thiago a cada novo trabalho nos surpreende e mostra que tem muito o que revelar nessa sua trajetória. Em breve ele estará de volta a TV com um novo trabalho (a nova novela das 19h, na Globo), enquanto isso conversamos com Thiago para saber um pouco mais sobre esse talentoso ator.

Vamos para o comecinho de tudo, o “Nós do Morro”. Como se deu sua entrada no projeto? Comecei a fazer teatro com 6 anos de idade, por influência do meu irmão Carlos André. Ele já fazia aulas há algum tempo e eu sempre adorei assistir as peças dele.

O que o projeto significa para a comunidade do Vidigal? E para você. O “Nós do Morro” é tudo pra mim. Me ensinou os princípios básicos de um cidadão, sem contar que me deu acesso à arte e à cultura. Uma referência de grupo não só pra mim, como para toda a favela do Vidigal.

O que o Vidigal te ensinou que você leva para sempre? Acho que aprendi a sempre respeitar os mais velhos e é claro que a responsabilidade chegou bem mais cedo pra mim do que para outro jovem qualquer.

Sua origem já te trouxe algum tipo de preconceito? Se sofri, não tive tempo de ver ou sentir. Minha vida sempre foi uma correria, trabalho, estudo, família… Se sofri ou me fizeram sofrer, perderam seu tempo, pois o meu tempo é precioso.

Cidade de Deus, Cidade dos Homens…Trabalhos que te lançaram no cinema e na TV… Do ponto de vista social e econômico, qual seria seu modelo ideal de cidade? Gosto da mistura, do calor humano, grades e câmeras de segurança não são bem vindos nesse meu mundo, mas entendo que hoje é preciso. Tento sempre fazer minha parte como ser humano, quero viver em um mundo onde não haja competição e que sejamos todos amigos. Sei que isso é impossível, mas eu vou tentando!

Paralelo a carreira de ator vem também a de música. Como a música entrou na sua vida e como as duas artes contribuem para a sua formação profissional e construção pessoal? Amo minha arte! Comecei a cantar em coral de igreja, na “Primeira Igreja Batista do Vidigal”, aos 9 anos. O Guti, presidente do Nós do Morro, é um pai pra mim, sempre aproveitou que eu também cantava e usava isso nas peças. Cantar e atuar sempre foram minhas paixões! O Brasil tem essa coisa de rotular as pessoas, não sou ator, não sou cantor, sou um artista brasileiro.

Quem canta seus males espanta? (risos) E o que te encanta? O novo me encanta. O desafio me encanta, minha família, minha namorada, meus amigos, meu lugar… Gosto de me encantar por músicas novas, projetos novos.

Falando em cantar, como foi a “cantada” para conquistar o coração da linda Paloma Bernardi? (risos) Não teve uma cantada, fizemos uma novela juntos e uma peça depois da novela, e nada tinha rolado, apenas amizade mesmo! Aprendi a amar primeiro a Paloma pessoa, mulher, profissional, mas desde o início eu sabia que ela seria minha! Com o fim da peça, já éramos muito amigos e a saudade falou mais alto. Daí estamos juntos até hoje! 3 anos e 10 meses. Sorte a minha.

Não existe receita de bolo, tão pouco segredo para fazer um relacionamento ser duradouro e feliz, mas o que faz o seu com a Paloma seguir? Nossa parceira, cumplicidade, paciência e, claro, que nosso respeito e amor.

Seu último trabalho trabalho na TV, “Babilônia”, te colocou em cena com Glória Pires, considerada umas das melhores atrizes da TV. Um presente? Um desafio? Como foi essa experiência? Um presente, um desafio e uma honra! Tenho Glorinha como uma grande amiga e tivemos essa parceria em cena. Uma excelente atriz, uma grande mulher e uma linda mãe! Acho que Glorinha não precisa provar mais nada pra ninguém, mas o seu amor pelo que faz me encanta e sempre me fará sentir isso pela minha arte também! Ela é um exemplo a ser seguido e uma grande parceira de cena. Obrigado, Glorinha!

Ainda sobre Babilônia, como você lidou como o preconceito que a novela viveu por explorar temas ainda polêmicos como o amor entre pessoas do mesmo sexo e preconceito social? Eu, particularmente, acho que o Brasil não está preparado para certos tipos de assunto, ou finge que não está, mas acho que realmente precisamos mostrar isso com mais calma, com jeito. Acho que foi um choque, mas não estamos falando do desconhecido, estamos falando do que vemos no nosso dia a dia. Temos que aceitar as diferenças.

Como cuida do corpo e do espírito? Procuro comer bem nos dias da semana, treino, jogo meu futebol, pego onda de Bodyboard, estou sempre estou ouvindo música… Acho que isso me ajuda muito!

Como lida com o espelho? Algum cuidado especial ou mania em relação a aparência? Não sou vaidoso ao extremo. Acho que como qualquer homem, gosto de estar bem comigo mesmo. Perfume, banho, coisas básicas.

Uma curiosidade… O que mais te encanta no filme Aladim que você tanto gosta? (risos) A relação dele com Jasmim, sua amizade com Abu (o seu macaco), lealdade e parceria, o novo (gênio) e, claro, ele é um mendigo e vira um príncipe! Acho que me encanto com isso também. (risos)

 

Fotos Newman Homrich
Texto Nadezhda Bezerra
Agradecimentos:
Redley – Shopping Recife (roupas)
Pousada Zé Maria (locação)