PERFIL: OS CARAS DO G4!

Por Natascha Costa e Rodrigo Boss

Fotos Angelo Pastorello

Se alguém te perguntar: “qual a trilogia de maior sucesso que você conhece” o que você diria? Bora, sem pensar muito. Dou-lhe uma… duas…  ‘O Senhor dos Anéis’? É, há uma IMENSA chance – nove entre dez – de ter sido essa. Mas trago verdades: a saga do hobbit, Frodo Bolseiro, pra destruir um anel superpoderoso pode até ser a mais bombada das telas de cinema. Mas nos últimos seis anos a trilogia de maior sucesso das telas de celulares, computadores e painéis de LED dos auditórios superlotados é protagonizada por Alfredo Soares (37), Bruno Nardon (38) e Tallis Gomes (38), fundadores do G4 Educação — plataforma que virou referência na formação de executivos de pequenas, médias e grandes empresas. E não, isso não é só uma startup de sucesso: é uma revolução silenciosa na cabeça de milhares de empreendedores.

Se você fizer uma busca por “G4 educação” ou pelo nome de um dos três, a internet vai te dar dezenas de links com tudo sobre os caras que vêm fazendo história na educação executiva digital. “A gente já dava muita palestra sobre nossas histórias, sobre como fundamos as nossas startups etc. Mas falar sobre isso era pouco. A gente queria ensinar, sabe? Dar as melhores dicas sobre empreender, trocar experiências, construir uma comunidade de empresários fortes, que tivessem as rédeas das suas companhias e soubessem lidar com toda a montanha russa que é empreender” explica Tallis, presidente do grupo que começou lá em 2019, depois de uma conversa entre amigos. E aqui a gente faz uma importante ponderação: havia um quarto elemento, sentado no sofá dessa sala, onde houve esse papo. Era Tony Celestino, um alagoano que também acumulava grandes experiências em negócios digitais. Durante os primeiros anos do G4 Educação Tony foi o CEO da empresa. No final de 2023 resolveu tocar novos projetos e o G4 segue conduzido pelos outros três.

O trio fundador é por si só, um case de branding pessoal e empresarial. Tallis Gomes criou a Easy Taxi, escalou globalmente e depois saiu para empreender em outros fronts. Nardon é cofundador da Rappi Brasil e referência em growth. Já Soares é o nome por trás da Xtech, vendida para a VTEX, e hoje é uma máquina de conteúdo e influência sobre vendas, marketing e mentalidade empreendedora. Como eu ia dizendo, a história de sucesso desse trio pode ser encontrada facilmente na internet.

Nosso editor de negócios, Rodrigo Boss, estava em Nova York durante a NRF Retail’s Big Show, quando participou de um café entre empresários brasileiros. Naquela manhã, Alfredo Soares era o palestrante. Já se conheciam de outros encontros corporativos, e entre uma troca e outra, o convite para a capa da MENSCH foi feito. O convite surgiu de forma natural e Alfredo topou na hora — e fez questão de incluir os sócios Bruno e Tallis. Melhor impossível!

Foi nesse momento que definimos o direcionamento desta matéria – revelar quem são, de fato, esses três nomes por trás do G4 quando saem do palco, longe dos holofotes, quando desligam os notebooks e voltam a ser, simplesmente, Alfredo, Bruno e Tallis. O que os impulsiona? Como tomam decisões? Onde encontram energia para escalar negócios e ideias em ritmo exponencial? As respostas estão nas próximas páginas — e, sim, você pode se surpreender, ou não. O que já é certo é a química entre eles – uma complementaridade rara no mundo dos negócios. “Acho que tivemos muita sorte em nos juntar e perceber que a união de nossas experiências — e até dos nossos temperamentos, poderiam funcionar tão bem”, comenta Alfredo, conhecido no grupo como o mais sortudo. “Ganhei até um apelido – ‘Sorte as a Service’”, brinca. E completa, rindo “Se tiver dez voos cancelados no aeroporto, o meu vai ser o único a decolar”. Sorte, visão e execução — essa é a equação.

Mas a sorte parece estar mesmo a serviço desse trio. Foi depois de um erro de português que Alfredo conheceu Tallis, acredita? Filho único de pai executivo de empresa e mãe dona de casa, Alfredo que pequeno morria de medo de escuro e ETs, mas adorava uma adrenalina, teve acesso a boas escolas e conseguiu cursar publicidade. “Meu pai ganhava bem e a gente tinha um certo conforto. Mas isso começou a incomodar.  Ele ficou com medo da criminalidade, de tentarem alguma coisa contra a gente. Além disso eu acho que ele queria ficar mais em casa, cuidando da família. Acabou pedindo demissão e decidiu ir trabalhar como taxista. Naquele momento, eu lembro que não entendi bem. Mas, hoje, eu vejo isso como mais uma lição dele pra mim, sabe? Ele me ensinou sobre humildade, sobre recomeçar, não desistir… isso foi formando o homem que eu sou” conta o autor dos best-sellers Bora Vender, Bora Varejo e Todos Somos uma Marca. Na época de faculdade, Alfredo tentou estagiar em seis agências e, por sorte, não foi admitido em nenhuma. Sim, por sorte, pois ele conseguiu montar a própria agência. Nesse tempo, Tallis trabalhava em uma empresa do setor de colchões e solicitou um material à agência de Alfredo. O tal material foi com erro de português e isso gerou um estresse imenso entre os dois. Pra se redimir, Alfredo se oferece pra produzir todos os materiais da Easy Taxi, startup fundada por Tallis, que já dava os primeiros passos na subida da tão sonhada rampa do sucesso. Foi, aí, que a amizade começou. É sorte ou não?

Nesse período, Alfredo funda a Xtech, e-commerce voltada para pequenas e médias empresas. O negócio deu tão certo que a VTEX, maior plataforma de vendas online da América Latina, a comprou e ele se tornou sócio da companhia. Nesse momento você pode pensar “Ah, esses caras são sortudos mesmo. Tudo dá certo pra eles”. Aí é que tá – houve tentativas frustradas sim. Nardon, por exemplo, projetou o Lucrk de uma das empresas que fundou, com “somente” 100 vezes mais do que ela tinha capacidade de dar. Deu bem ruim pra ele, que se desanimou totalmente.

Só que mais importante que a sorte é a dedicação, a persistência, a vontade de fazer acontecer. Ou seja, o trabalho. E se tem uma coisa presente 24 horas na vida de todos três é isso – TRABALHO.  Os caras dormem e acordam pensando em growth hacking, funil de conversão, MVP (Minimum Viable Product – mínimo produto viável) e mais um dicionário de siglas e nomenclaturas desse fascinante mundo do empreendedorismo. São horas e horas dedicadas a encontrar sempre a melhor versão do que fazem. Tudo, claro, regado a muito café, exercícios físicos, alimentação saudável, algum esporte e terapia, inclusive em grupo. Sim, eles têm um momento de conversa entre os três, com uma psicóloga. E talvez esse seja mais um bom segredo de todo esse sucesso – eles cuidam dos negócios, do corpo e principalmente, da mente.

A cada novo episódio (leia-se ano) dessa trilogia, eles superam as expectativas. Na virada de 2024 pra 2025, por exemplo, eles brindaram um faturamento de mais de 300 milhões de reais. Mas, se engana quem pensa que conquistar esse número extraordinário, faz eles descansarem nos braços dessa conquista. Que nada! Os três já avisaram “Neste ano, a meta é meio bilhão”.

Eles não vendem cursos. Vendem mudança de mentalidade. Vendem acesso, liderança, gestão, vendas, cultura, finanças, marketing — tudo orientado à execução. No G4, teoria é só a base. E, talvez, seja por isso que eles estejam conseguindo algo que poucos no ecossistema de educação corporativa conquistaram – formar uma nova geração de empreendedores com coragem de crescer, e método para sustentar esse crescimento.

Voltando a falar sobre as características de cada um que ajudam a trilogia a conquistar cada vez mais fãs e seguidores, vamos falar de Bruno Nardon, o mais calmo dos três. Pelo menos, foi o que pareceu durante as entrevistas. Bruno vem de uma família que morava num sitio e fez questão de contar como os pais se conheceram. “Foi num ônibus. Meu pai olhou, minha mãe correspondeu, ele muito bom de xaveco, mandou uma carta pra ela e tudo deu certo”, conta com um sorriso de canto de boca. Talvez seja essa origem rural que garanta a calma aparente e a fala sem pressa. “Eu sou mais low profile”, é como se define. Nardon conta que ele e os dois irmãos ouviam do pai “basta estudar e praticar algum esporte. Não precisa trabalhar; pois eu trabalhei demais, desde cedo, pra que meus filhos não precisem fazer igual”. Todos obedeceram. “A gente tinha só uma obrigação – ser bom aluno. Aí eu estudava, fazia judô, natação ocupava o dia todo e chegava em casa morto de cansado. Mas sempre que dava, ajudava meu pai no sítio”. E foi na hora de escolher a faculdade, que a indecisão bateu. Acabou indo pra engenharia mecânica, na Unicamp. E com a mesma tranquilidade com que fala da época do sítio, da escola e da natação, Nardon conta sobre os dois anos de estudos na França, o tempo que passou na Alemanha, do trabalho na AirBus, sociedade em alguns dos e-commerce de maior sucesso no país, até ser o responsável pela implantação da Kanui e da Rappi no Brasil. É, isso, definitivamente, é ser low profile.

Mas além dessa pegada realizadora, Alfredo, Nardon e Tallis têm em comum a paternidade. Em setembro nasce a primeira filha de Alfredo e ele já se pega pensando em como educar uma menina. Confessou que já anda tentando arrumar mais tempo pra aprender essa missão. “Minha filha chega no momento em que eu já estou tentando desacelerar a carga de trabalho. Tenho organizado minha rotina pra dar conta das demandas da empresa e ter mais tempo com a família”, destaca o futuro papai. Nardon já é pai de três crianças – um menino de seis anos, outro de quatro e a mais nova com menos de dois anos. “Quando minha esposa engravidou do meu primeiro filho, eu repensei tudo. Ela e o bebê precisavam de mim e eu queria estar lá, junto, como tem que ser”, relembra. E daí por diante ele e a esposa, executiva do Google, seguem equilibrando os pratos da vida real de quem trabalha e cria filhos.

Com Tallis, a paternidade chegou bem mais cedo do que ele imaginava. Nem bem tinha deixado de ser aquele menino briguento e bagunceiro, da escola, precisou trabalhar pra sustentar a filha. Aos 15 anos ele e a namorada, então com 17, descobriram que iam ter um bebê. “Foi um susto gigante. O que a gente sabe da vida com 15 anos? Mas aí bora fazer o que tem que ser feito, né? Não tem outro jeito. Tem que assumir as responsabilidades” conta. E se antes de ser pai, Tallis já se virava pra tentar mudar a realidade onde vivia, depois da neném isso virou ideia fixa – “Sou filho de uma cabeleireira e um policial militar que se separaram quando eu tinha seis anos. Fui morar com a minha avó, empregada doméstica que morava na casa onde trabalhava. Foi nesse quarto que eu cresci e fui muito ajudado pelo patrão dela, o Jorge. Ele virou o meu avô. Mas eu não queria essa realidade pra minha filha”, ele lembra. E aquele adolescente que comprava e revendia celulares pra viver, foi ganhar o mundo. Mudou pro Rio de Janeiro, entrou na faculdade de publicidade, mas acabou deixando o curso antes de terminar. Focou no trabalho pra sustentar a filha. E enquanto trabalhava, montando o e-commerce de uma empresa de colchões, já criava a sua própria empresa – a Easy Taxi, um aplicativo de solicitação de táxis. A companhia deu tão certo, que foi levada pra mais de 30 países. “Se não fosse a minha filha, eu não seria quem sou hoje. Eu não teria a fome de correr atrás e vencer. Eu precisei amadurecer, enfrentar medos, recalcular tudo pra sustentar uma criança que era responsabilidade minha”, reflete o presidente do G4.  “Eu precisava dar certo” E deu! A Easy Taxi que o diga.

Caminhando pra completar sete anos de vida, o G4 Educação já é um case de sucesso daqueles que a gente dá como exemplo nas pós-graduações, congressos etc, sabe? Eles não param de inovar. Todo dia, criam uma solução pra quem precisa recalcular a rota do seu crescimento ou pra quem tá indo muito bem, mas sabe que pode acelerar. Recentemente, concluíram o circuito G4 pelo Brasil, com quase quatro mil inscritos, em três capitais. Mas quem disse que vão descansar? Já estão preparando o próximo. O evento reúne grandes nomes do empreendedorismo nacional pra compartilhar conhecimentos, ideias, conquistas e fracassos superados. Claro que o contato com os protagonistas da trilogia é o momento mais esperado do encontro. As aulas com Alfredo, Nardon e Tallis são acompanhadas com olhos e ouvidos atentos, por quem se inspira na trajetória desse trio. “Tudo que a gente ensina é aplicável de forma imediata. É voltar pra casa e botar a mão na massa”, garante Tallis. “Temos um pós-venda que, passados alguns dias, envia formulários e entra em contato com os participantes pra saber se têm alguma dúvida, se precisam de ajuda e seguimos dando esse suporte”, conta Alfredo. De acordo com o grupo, uma das perguntas mais importante desse pós-venda é quantos empregos foram gerados depois de terem acompanhando os cursos e seguido todos os ensinamentos. “É esse número que vai nos fazer cumprir a nossa meta de criar um milhão de empregos, até 2030”, promete Tallis.

Se hoje o G4 Educação já é um fenômeno, o plano para os próximos anos é atuar de forma ainda mais agressiva. O trio não está construindo uma empresa de educação, estão erguendo um ecossistema de aceleração empresarial. Um hub onde conteúdo, tecnologia, networking e inteligência de negócios se conectam para formar líderes exponenciais. A ambição é clara – transformar o G4 na principal plataforma de desenvolvimento de líderes da América Latina. Expandir o portfólio, digitalizar ainda mais a experiência, integrar inteligência artificial nos programas de capacitação e criar uma comunidade empresarial com lastro, conexão e influência real no mercado. Mais do que formar empreendedores, eles querem moldar o novo playbook do capitalismo brasileiro – um modelo onde performance e cultura caminham juntos, onde crescer não é mais questão de sorte, mas de método, mentalidade e execução.

O futuro, para eles? Não é sobre o que vai acontecer. É sobre o que eles estão fazendo acontecer agora. No fim do dia, é sobre executar. O G4 Educação transformou conhecimento em resultado, networking em ativos reais e educação, em crescimento mensurável. Se o jogo mudou “Game Changer”, é porque líderes como Alfredo, Bruno e Tallis decidiram jogar em outro nível — O G4 é mais que uma plataforma. É um chamado. E ele está sendo ouvido por quem tem coragem de crescer.

P&R

ALFREDO SOARES

– O que é ambição? Felicidade.

– Dá pra separar vida pessoal da profissional? Não. É impossível!

– Me sinto realizado quando… Quando vejo minhas ideias sendo executadas, gerando valor e resultado.

– O melhor dia da minha vida, até hoje, foi… Quando minha esposa disse que estava grávida,

– O pior foi… Quando recebi um telefonema dizendo que meu pai estava na UTI.

– Um arrependimento: Não ter me dedicado a falar inglês.

– Um mentor: Mariano Gomide de Faria.

– Um sonho que quer realizar até dezembro de 2025: Estar com a filha e toda a família na casa que compramos.

– Uma dica de ouro pra ser um empreendedor de sucesso: Fazer as coisas valerem a pena. Não só acreditar que ROI é dinheiro. Pra construir uma carreira de longo prazo você vai precisar de vários tipos de ROI.

BRUNO NARDON

– O que é ambição? Você ir atrás das coisas que fazem sentido na sua vida.

– Dá pra separar vida pessoal da profissional? Não.

– Me sinto realizado quando… Quando consigo fazer algo que ninguém nunca fez antes.

– O melhor dia da minha vida, até hoje, foi… Quando os meus filhos nasceram.

– O pior foi…  Eu tenho um problema bom – esqueço das coisas ruins da minha vida.  Então não sei te responder essa.

– Um arrependimento: Ter vendido Bitcoins muito cedo.

– Um mentor: Deus.

– Um sonho que quer realizar até dezembro de 2025: Concluir o IronMan (em Junho 20205).

– Uma dica de ouro pra ser um empreendedor de sucesso: Coragem.

TALLIS GOMES

– O que é ambição? Origem de toda a virtude no mundo.

– Dá pra separar vida pessoal da profissional? Definitivamente não.

– Me sinto realizado quando… Quando a gente entrega os resultados e cumpre com o prometido.

– O melhor dia da minha vida, até hoje, foi… Quando eu pedi minha mulher em casamento.

– O pior foi… Quando meu avô morreu.

– Um arrependimento: Não ter me convertido ao catolicismo antes.

– Um mentor: Guilherme Benchimol

– Um sonho que quer realizar até dezembro de 2025: Ser pai novamente – a esposa engravidar até lá.– Uma dica de ouro pra ser um empreendedor de sucesso: Descubra qual o real benefício que o seu produto entrega pro seu cliente.