Que Rafael Cortez é uma simpatia e um cara engraçado, isso todo mundo sabe e conhece. Mas você sabia que o mesmo Rafael Cortez que todos conhecem da TV e do teatro também é um talentoso instrumentista? Que ele não tem a mínima paciência com chuva e não suporta barata? Pois é, o Rafael Cortez que conhecemos aqui com essa entrevista vai muito além do humorista de sucesso que toda semana faz graça no Congresso ou entrevistando celebridades com seu impecável uniforme e óculos pretos do popular CQC da Band. Rafael se mostrou um cara simples, com suas manias e desejos iguais a qualquer mortal. O stand-up comedy só revelou o que o circo um dia projetou ao sucesso. Rafa, para os íntimos, assim como nós já nos sentimos, é um talentoso homem de sucesso que fez uma longa jornada até o sucesso e continua desbravando nossos desafios. Sucesso Rafa! Boa diversão leitores!
Como foi seu início de carreira, já veio como comediante, ator? Ou o lado músico ou jornalista veio primeiro? Eu fui experimentando as coisas aos poucos. Já sabia que queria trabalhar como artista, mas não exatamente como. Quando criança, desenhava como louco. Botei na cabeça que queria ser desenhista e trabalharia nos estúdios do Maurício de Sousa. Hoje, não sei fazer nem casinha mais. Adolescente, me apaixonei pelo violão e botei na cabeça que ia ser violonista de concerto. Uma reprovação em um vestibular específico me desanimou e desisti de ser profissional. Fui fazer Rádio e TV, odiei o curso. Fui trabalhar como produtor, depois de ter feito outras 100 coisas. Produzi TV, teatro e circo. Fiquei infeliz demais porque queria estar em cima do palco, não nos bastidores. Fui fazer jornalismo para ter uma estabilidade. Paralelamente, ainda tocava violão e passei a atuar justamente porque nenhum ator tocava violão bem. No teatro, conheci pessoas que estudavam a arte do Palhaço, e fui fazer alguns (poucos) cursos disso. O lado comediante foi o último que apareceu, e se deve 100% à minha entrada no CQC. O curioso é que, à exceção do desenho, que perdi de vez, todas as outras artes ainda estão sendo alternadas ou feitas paralelamente na minha vida – a ainda atuo como produtor cultural, como aconteceu com meu CD.
Seu trabalho no CQC tem mais a ver com sua formação de jornalista ou de ator? É uma somatória das duas formações. O conteúdo, muitas vezes, vem das minhas leituras e estudos do Jornalismo. Mas a coragem pra fazer as perguntas e passar por cima das minhas limitações, isso vem do Rafa ator. Atualmente, estou numa fase mais ator no CQC. Acho que construí um personagem mais ousado, chavequeiro, nonsense e divertido que eu. Assisto minhas matérias e invejo o cara que eu vejo ali. Ele é fruto do trabalho de muita gente: do editor que colhe os bons momentos das entrevistas apenas, dos produtores que preparam conteúdos fantásticos e da direção da Band e da Cuatro Cabezas, que conferem poder e magia a cada um dos integrantes do programa. Somos nós mesmos, sem máscaras, mas mágicos, melhorados. E eu sou um cara reservado e tímido no dia-a-dia. Queria ser aquele cara do CQC sempre, entende?
Você já ganhou alguns prêmios de jornalismo. Isso te envaidece ou é só conseqüência de um trabalho bem feito? Claro que me envaidece. Mas não foi sorte ou caso do destino. Eu ralei pra ganhar esses reconhecimentos. Aliás, é claro que tive, e ainda tenho sorte. Mas tudo que tenho hoje é fruto de muito investimento, sofrimento e trabalho pesado. Muito pesado.
Há limites para o CQC ou vale tudo, tudo mesmo? Já achou que exagerou? O limite de um programa de humor é determinado pela graça. Essa regra vale para tudo que se refere ao “fazer rir”. Se não é engraçado e se destina a ser, não é bom. No meu caso, claro que já exagerei. Já fui cruel com algumas pessoas, inescrupuloso, ingênuo, egoísta. Mas consegui pedir desculpas à maior parte das pessoas com quem errei e, em alguns casos, zerar a relação e começar uma nova, maravilhosa. Mas ainda erro. Uma das condições para que eu trabalhe bem é essa, e é bem simples: por favor, me deixem errar.
Você já fez bastante coisa, atuou em filmes publicitários, produções independentes para a TV, já fez teatro, cinema, gravou audiolivros de obras de Machado de Assis, é violinista, atuou em assessoria de imprensa, foi colaborador de Veja… ufa!… O que mais falta fazer? Lançar um livro (acho que vai ser um romance), atuar num filme, participar de uma novela, casar com uma mulher sensacional, ter filhos e chegar à velhice com dignidade, sem depender do Governo. Na verdade, tenho muitos planos e metas. Mas a vantagem é que, a partir de agora, as coisas são menos desesperadoras. Já estou com 35 anos, não comecei ontem, construí ao menos alguma coisa, e a idade vai acalmando a gente – claro, desde que algo concreto e eficiente já tenha sido feito na sua vida.
Sabe a coreografia de “Não se reprima” do Menudo? A gente soube que você era fã dos caras de calça colante colorida. Vamos esclarecer essa história. Não é que eu era fã deles na minha infância gratuitamente. Notem, quando os caras estouraram eu tinha uns 7, 8 anos. Os meninos odiavam o Menudo, as meninas amavam. Eu me tornei o único moleque da sala a gostar deles e, consequentemente, as meninas só queriam saber de mim. Logo, eu ficava ao lado delas o tempo todo e adiantei minha vida afetiva em uns 6 anos (risos)! Beijei antes que todos os garotos, por exemplo. Gostar do Menudo era uma estratégia muito bem elaborada pra chegar às garotas. Anos mais tarde adotei a mesma estratégia, dessa vez para perder a virgindade, sendo fã do New Kids On The Block. Não deu muito certo. (e respondendo a pergunta: não, maledicentes, não me lembro de nenhuma coreografia daqueles feiosos!)
Já pensou em criar uma história em quadrinhos do que acontece no CQC e voltar aos tempos em que você desenhava? Nunca pensei. Como perdi todo meu traço de desenhista e hoje não sei fazer nem casinha, desenhar é um troço que me faz muito mal. Fico inconformado de ter perdido todo o pouco talento que eu tinha! Na verdade, essa chamada “arte-fina”, a que vem das mãos sincronizadas, de um movimento fino, deve ter migrado para o meu violão. Prefiro acreditar que foi isso que aconteceu.
Hoje em dia muita gente se acha comediante e pegou carona nesse estilo de fazer comédia stand-up. Você acha que o estilo stand-up está meio banalizado hoje em dia? Não diria banalizado. Mas que está na moda, está. Banalizado não, porque para ser banalizado o troço tem que ser ruim, estar decadente, ter maus-expoentes. Claro que há muita gente muito ruim fazendo stand-up, do mesmo modo que existem péssimos jornalistas, médicos, engenheiros, eletricistas, químicos, etc. Mas, do mesmo modo que acontece em qualquer outra área e profissão, é o talento que determina quem vai e quem fica. O Stand-Up está popular, mas não está banalizado porque somente os melhores tem permanecido. Eles, os melhores, tem determinado a sobrevivência e estabilização do gênero através do referencial de qualidade que eles determinam pro mercado de “stand-upers”. Por exemplo: eu, de imediato, já saquei que esse estilo não era a minha praia. Comecei meu show do humor, que não é mesmo Stand-Up e nem é vendido como um. E me ferrei. Não sabia e não sei fazer. E como soube disso? Porque minhas platéias eram formadas por espectadores dos grandes mestres do negócio: Danilo Gentili, Márcio Ribeiro, Rafinha Bastos, Maurício Meirelles, Oscar Filho, Marcelo Mainsfeld, Luís França, Marcela Leal, Diogo Portugal e tantos outros bons nomes do meio. Esses artistas mostraram o que é o bom stand-up, de modo que as platéias já têm o registro dessa qualidade. Em resumo, enfiei minha viola no saco, como diz minha mãe, e parti pra outra. Hoje, faço um show com interações com os espectadores, improviso, música, etc. Ou seja, um show de humor.
Você está lançando um CD independente o “Elegia da Alma”, que é um trabalho bem diferenciado em relação ao Rafael comediante. De onde surgiu esse desejo de lançar algo tão autoral? Era um desejo antigo? A vontade de lançar o disco nasceu em 2005, quando eu conheci a Andrea Thomioka: ela é uma bailarina que coreografou sete de minhas composições para serem dançadas por seu grupo de balé. Em função do espetáculo que ela estava montando, fui para um estúdio gravar as composições – um registro em disco seria útil para as meninas ensaiarem, uma vez que eu tocaria ao vivo em todas as apresentações. Mas o balé só rolou duas vezes porque tinham umas 25 pessoas envolvidas em toda logística, produção… Era uma complicação de agendas, egos, etc. Mas saí da experiência realizado e com um CD demo com 09 peças – 08 minhas, e um arranjo meu de um tema de Francis Lai para violão.
Desde então, venho tentando fazer esse demo de 2005 virar um CD de verdade, mais completo, com novas composições e gravações, novas equalizações e edições. Só finalizei em 2011 porque, de 2005 pra cá, me envolvi em muitas outras coisas, e esperei respostas de gravadoras, não tive tempos de estudar e gravar, etc. Mas esta aqui porque esse tempo todo de espera e maturação do disco foi necessário para ele chegar bonito mesmo até vocês hoje.
E sim, o disco é 100% autoral. Fiz isso, pois acredito que minha contribuição como violonista pode ser a de deixar algumas peças para novos violonistas explorarem. No circuito do violão existe esse problema: pouca gente compõe coisas novas para o violão. Os músicos ficam tocando as mesmíssimas coisas anos a fio. Ou então, as coisas novas são muito complexas, difíceis, etc. Falta, muitas vezes, fazer algo simples pro estudante de segundo e terceiro ano do instrumento também se divertir. Pensei muito nisso na hora de reunir o que eu ia gravar – além, obviamente, do fato de que amo minhas peças e era sobre elas que eu queria me debruçar. Ah, e é uma delícia não compactuar com máfias de direitos autorais. Minhas músicas são minhas, quem toca sou eu, e eu presto contas pra mim mesmo.
Soube que você preferiu bancar toda a produção do CD para ter mais liberdade, pois muitas produtoras queriam atrelar esse trabalho ao seu trabalho como comediante. É isso mesmo? Parte da minha iniciativa de bancar o disco sozinho se deveu, sim, a isso. De fato, algumas gravadoras manifestaram o desejo de lançar o disco mediante uma adequação do trabalho a meu público habitual, o de humor. Com uma certa grande gravadora muito conhecida, consegui convencer a realização do CD do jeito que eu queria, instrumental, autoral, introspectivo, sem subterfúgios cômicos. Eles me deram um OK, mas adiavam sucessivamente o início dos trabalhos. Percebi que, se dependesse deles, talvez o CD só chegasse ao público em 2012, 2013. Eles pareciam estar ganhando tempo, vendo o que ia acontecer comigo, se minha imagem se dissociaria do humor com o tempo, etc.
Resolvi bancar sozinho porque não queria esperar mais e também porque, com tudo dependendo de mim, da minha força de trabalho e dos meus próprios recursos, eu não teria mais de quem esperar nada e nem a quem culpar se não desse certo. E por eu ter trabalhado cerca de 10 anos fazendo produção, poucas das etapas de trabalho do disco eram realmente problemáticas para mim. Fazer tudo com meu tempo e de acordo com a minha consciência me dá um prazer indescritível agora que o CD está lançado e vendendo. Eu não costumo esperar pelas oportunidades, eu gosto mesmo é de criá-las!
Você acredita que para um artista como você, já com uma imagem forte e sólida diante do público, vai facilitar ou dificultar a entrada desse Rafael músico/compositor? Tem um lado bom de ser conhecido como eu sou hoje. Eu tenho espaço para dar entrevistas como essa. O release do Elegia da Alma foi super bem-aceito na imprensa, e é lógico que é porque eu sou o integrante do popular CQC que, surpreendentemente, resolveu mostrar que toca violão. Tenho plena consciência disso e sou grato pela oportunidade midiática que o programa me dá. Quando eu lancei meu CD demo em 2005, fiz o mesmo esforço de divulgação que estou fazendo agora. A resposta foi praticamente zero.
A parte ruim é que estou estereotipado. Eu sou humorista para a maior parte das pessoas. E aqui no Brasil parece difícil fazer as pessoas entenderem que uma pessoa pode ser mais de uma coisa profissionalmente. O grande problema de ser taxado de humorista é que as pessoas depositam em você uma visão debochada, de que não pode ser levado a sério, ou que tudo que você está fazendo é uma piada. Um exemplo: um monte de gente me sacaneia no Twitter, até hoje, toda vez que digo que lancei um CD independente. Como sou humorista e mexo com as pessoas, querem mexer comigo dizendo que canto pior que o Roberto Justus, ou sei lá o que. Mas percebe que elas sequer sabem que não abro minha boca no meu disco? Que eu sequer sou cantor?
Alguma fã já passou do limite com você? Como lida com isso? Muitas vezes. Lembro de uma fã em Varginha, MG, que ficou maluca de me ver no meio do show do Fernando & Sorocaba. A dupla é legal e foi no meu solo de humor na cidade horas antes. E eu prestigiei o show deles horas depois, numa boa, na minha. Bem, a tal garota me viu e ficou muito indignada de eu estar numa ala comum da platéia; queria porque queria me levar a um camarote que ela tinha acesso, blá, blá, blá. Por fim, ela me agarrou e saiu me arrastando até o tal lugar, derrubando todo mundo que passava pela gente e chamando mais do que o normal a atenção para o fato de que eu estava lá. Em pouco tempo minha permanência ali estava insustentável; pessoas gritavam por gritar, me pegavam só por pegar, independente de saberem quem eu era. Saí correndo da fã doida – ela me segurou pela cintura e levei o maior tombo, daqueles de sair todo esfolado. Pra me desvencilhar dela foi muito difícil e eu tive que ser meio estúpido. No dia seguinte ela me achou no Facebook e pediu desculpas. Uma mala sem alça.
Eu tento ser o mais polido e atencioso que posso com quem gosta do meu trabalho e do CQC. Mas há uma ocasião em que não só eu, mas todos os integrantes do programa, penamos pra permanecer gentis: é quando estamos gravando, concentrados, focados em objetivos, memorizando piadas, informações e nomes, e as pessoas querem tirar fotos conosco. Com a popularidade do programa, pautas no meio do povo estão sendo cada vez mais complicadas: marchas, festas populares, micaretas, arquibancadas de jogos de futebol… No meu caso, tento manter a simpatia e atender as pessoas que querem elogiar, perguntar coisas, tirar fotos… Mas tem uma hora que você precisa gravar e fazer o seu trabalho direito. Nesses momentos devemos ser diretos e firmes nas nossas recusas… E é aí que algumas pessoas parecem não entender e brigam com a gente, nos chamam de estrelas, o que é uma pena e não é verdade.
No Brasil, a condição sine qua non das pessoas públicas é atender a todos os pedidos de interação. Todo mundo parece querer uma fatia do bolo. E com as redes sociais e a falsa sensação de proximidade que elas causam, as pessoas sentem-se cada vez mais íntimas, mesmo sem ser. Eu tento entender isso e ser educado e solícito, mas nem sempre é fácil. Se alguém já se ofendeu comigo nesse sentido, minhas desculpas. Mas a gente precisa trabalhar e viver também.
O que renderia uma boa piada, uma broxada ou trocar o nome da parceira na hora do rala e rola? Ambas as coisas já aconteceram comigo… E acredite: não consegui pensar em nenhum tipo de piada pra me esquivar da situação. Essas duas coisas, somadas à gafe de perguntar de algum parente já morto de alguém que você sequer desconfiava que passou por essa dor, são as piores coisas pra depender de uma piadinha pra salvar.
O que te aborrece e te tira o bom-humor? Ter que fazer muitas coisas na rua em dias de chuva é algo que acaba comigo. Não fui concebido pra lidar bem com a chuva. Sei que ela é amiga da natureza, obra de Deus, obrigado. Mas se não posso ficar em casa vendo TV, ouvindo música, dormindo ou comendo em dias de chuva, viver a chuva passa a ser um calvário. Eu não guardei um único guarda-chuva em nenhuma das casas em que morei a vida toda. Compro um e o perco em 2 horas. Na primeira pisada que dou na calçada, já fico ensopado. Sempre tenho guarda-chuvas de criança, não sei por quê. Ou seja, enfrentar a chuva fora da minha casa me deixa profundamente bodeado. Outra coisa que me aborrece muito: acordar cedo. Odeio, não suporto. E a coisa que mais detesto nessa vida: baratas voadoras. É a representação imediata do próprio diabo: vermelhas, “chifrudas”, asquerosas. E voam! E quase sempre, na sua direção.
Já teve vontade de entrar pra vida política? Ou isso seria uma grande piada? Nunca pensei na política de modo estereotipado, como muitos brasileiros pensam: político é tudo bandido. Em Brasília, só tem canalha. Mentira. Conheço parlamentares exemplares e acompanho o trabalho de muitos que são íntegros e maravilhosos. Eles alimentam, em mim, uma vontade de um dia me engajar, me politizar mais a fundo, quem sabe oferecer algo pro meu país… Mas aí me vem a consciência do Congresso Nacional, que passei a conhecer pessoalmente depois que ingressei no CQC. E só quem passa a freqüentar o Congresso entende o por que do país viver nessa bagunça quando é o Brasil o centro do mundo, muitas vezes, e aqui é a maravilha dos recursos e temos o melhor povo do planeta.
O Congresso é uma bagunça. Um caos completo. Os bons, os políticos decentes e justos lá presentes – e são muitos os bons, ficam dando murro em ponta de faca. A estrutura é viciada, o funcionamento é moroso e burocrático. Cheio de artimanhas, “jeitinhos brasileiros”, coisas obscuras. Eu não entrarei nunca para a política enquanto o Congresso for do jeito que é. Posso fazer algo por meu país com o meu trabalho. E todos nós podemos fazer, mais ainda com o voto consciente e o suporte aos grandes e combativos políticos honestos que ainda existem na nação e que trabalham lá, no tumultuado Congresso Nacional.
O que você faz pra se divertir e relaxar? Ando numa fase de me divertir almoçando ou jantando fora com pessoas que gosto. Sempre grupos pequenos, no máximo três pessoas. Gosto de escrever enquanto deixo um monte de bons CD´s rolando, como agora. Toco violão. Durmo. Vejo meus programas prediletos na TV, vou ao cinema, teatro, essas coisas que todo mundo faz. Nada demais. Ah sim, quando estou muito, mas muito pilhado, me enfio no chuveiro, boto um CD e canto aos gritos. Ninguém se incomoda mais no meu prédio: coloquei janelas anti-ruídos no banheiro.
Fotos: Divulgação
Agradecimento: Karyna Djo – Consultor de Empresas
Agradecimento especial a Rafael Cortez
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