Praticar atividades físicas nas férias não faz parte da programação de muitas pessoas. A ausência de exercícios, durante esse período, pode fazer com que todo o trabalho e conquistas com o condicionamento físico ao longo do ano sejam perdidos facilmente. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), é recomendável que, semanalmente, o volume de atividade física moderada seja de 150 a 300 minutos ou de 75 a 150 minutos de atividade intensa, quando não houver contraindicação.
Nesse momento, a maioria das pessoas aproveitam o tempo livre para descansar, relaxar e aproveitar a mudança na rotina junto com a família e amigos. Mas, mesmo sendo uma época de descanso e lazer, isso não significa deixar os cuidados com a saúde de lado, pois é muito mais fácil acabar com o condicionamento físico do que o construir.
O docente do curso de Educação Física da Faculdade Anhanguera, Euller Duarte de Carvalho, destaca “A principal vantagem de manter-se ativo durante o período de férias é a manutenção do hábito de exercitar-se. Há uma hipótese que, para fidelizar um hábito é necessário repetir uma ação por pelo menos 20 dias sequencialmente, e para perder esse hábito, basta deixá-lo de realizar por 4 dias seguidos. Outra vantagem é a facilidade em manter a rotina alimentar disciplinada com os exercícios. Sabemos que durante as férias o excesso de permissões alimentares é tentador, e devem ser aproveitadas, porém, com a manutenção da rotina de exercícios, a tendência em sair da proposta alimentar equilibrada é menor”.
NÃO IMPORTA O EXERCÍCIO, MEXA-SE!
Caso não possa manter o treino tradicional, como musculação, pilates ou fisioterapia, é importante lembrar que é possível continuar com os exercícios em dia. Mesmo que com uma frequência mais baixa, o importante é não ficar parado e manter o foco como realizar caminhadas, corridas, pedalar e natação, que são sugestões que podem ser aproveitadas para atividade em família, também. Euller indica que “Alguns exercícios chamados de calistênicos, realizados com o próprio peso do corpo, podem ser praticados em qualquer lugar e sem a necessidade de um equipamento, como em: salas, praças, praias e parques. Além de existir acessórios que poderão ajudar a intensificar os treinos e não ocupam muito espaço como bands, cordas e elásticos. A tecnologia também está a nosso favor, existem aplicativos que fazem a leitura do espaço e posicionamento para nos desafiar a movimentar, gerando pontuações e criando um ambiente lúdico e saudável. Mas claro, lembrando que toda estratégia de treino e suas mudanças nas férias, deverão ser prescritas pelo profissional de educação física, que garantirá a manutenção dos objetivos durantes esse período”.
Euller ressalta “Abandonar os treinos nas férias pode afetar o condicionamento físico. O índice de condicionamento é mensurado por meio da análise do VO2máx, que mede a capacidade de captação e transporte do oxigênio no corpo para ser utilizado e de transformar em energia. Quanto maior esse valor, melhor o condicionamento físico da pessoa. Estudos mostram que a pausa dos treinos pode acarretar na redução de 27% do índice em 20 dias”.
Se a parada for inevitável, o retorno deve ser progressivo, também é preciso prestar atenção e tomar alguns cuidados: não existe um padrão para o corpo voltar a se acostumar depois de uma pausa, isso varia de pessoa para pessoa, mas é preciso entender que o corpo precisa se readaptar à rotina. “Comece devagar, reduzindo a carga de treino e descansando o tempo necessário, respeitando o limite do corpo”, reforça o especialista.