CARREIRA: AMANDA FRÓES – A TRAJETÓRIA DE UMA GUERREIRA

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A trajetória de Amanda Fróes, que ainda muito jovem largou sua cidade natal, Estância (Sergipe), rumo ao Rio de Janeiro, rumo a realização de seu sonho de trabalhar na TV. Entre participações em programas de TV e alguns subempregos para se manter na ativa, Amanda deu outra guinada na sua vida e foi morar na Europa, onde vive há 20 anos (mas os seus sonhos foram adiados, mas jamais esquecidos). Onde casou e montou uma empresa de transporte juntamente com seu marido francês. Guerreira, Amanda nunca se curvou diante das dificuldades e sempre encarou os obstáculos com garra e determinação. Foi assim que ela encarou sua volta ao Brasil após sua separação e começou com novos projetos. Hoje é uma empresária de sucesso e produtora de conteúdos. Onde está investindo 100% do seu tempo na sua carreira. Para ela o céu é o limite. Amanda você é sinônimo de conquistas, lutas e determinação.

Amanda, você já fez de tudo um pouco ao longo da sua trajetória até aqui. O que ainda falta?  Qual o projeto da vez? Que as pessoas possam me conhecer. Saber um pouco da minha história, da minha base….Não sou uma que chegou já querendo ficar famosa do nada, foram muitos anos de luta e muitos NÃOs até eu chegar aqui. Eu amo me comunicar, olhar na lente. Talvez ter meu podcast, ou talvez participar de um reality…vamos ver né (risos).

Pelo que ficamos sabendo você sempre quis aparecer na TV, trabalha com artes cênicas. Como isso foi surgindo e como foi o primeiro contato? Sim sempre. Eu ficava com uma escova de cabelo fingindo que era um microfone. Participei da Paixão de Cristo da minha cidade, eu fazia parte dos leprosos… sempre fui uma criança diferente e fora da caixinha. Eu cheguei a dirigir uma “novela” na minha cidade. Vê se pode!? Eu era menor de idade, escrevi vários capítulos, contratei cinegrafista, eu maquiava as meninas… Essa “novela” parou a cidade (risos). Eu sou de uma família muito conhecida de Estância/Se, então a curiosidade das pessoas era a maior possível. Eu sempre soube que minha cidade era pequena demais pra mim, foi quando vim fui Rio pra correr atrás dos meus sonhos. 

De Sergipe para o Rio de Janeiro. Como foi essa mudança? Que desafios encontrou? Muitos. Gigantescos. Você imagina uma adolescente lá do menor estado do Brasil, vir sozinha pro Rio, uma cidade imensa. Eu cheia de malas e muitos sonhos pra serem realizados. Eu sofri muito, muita gente judiou de mim. Quando falava Rio eu sonhava com Globo, Copacabana, Cristo Redentor, Ipanema… Mas minha realidade foi bem diferente. Trabalhei entregando quentinhas, caixa de supermercado, vendi cerveja na rua, morei em comunidade. Um sonho se realizava, em 1998 quando eu trabalhei para a Globo. Você imagina minha felicidade, eu trabalhei para a Clacke, que era uma agência terceirizada, eu dava gargalhadas na Turma do Didi, ficávamos atrás de um tapume enquanto Didi e sua turma faziam as trapalhadas. Eu também estava na plateia do Faustão todos os domingos, ficava com uns pompons agitando a plateia, eu ganhava doze reais por programa mais o lanche. Lembro até hoje.

Fiz Casa da Gávea cursos com o saudoso Paulo Giardini e Anderson Cunha. Fiz Silvia Pareja aulas de interpretação pra TV e vídeo. Na época eu pegava ônibus com o Bruno Gagliasso, estudávamos na mesma turma, ele era um querido. Hoje eu vivo num condomínio de classe média alta no Rio, sou vizinha da Larissa Manoela, Bruna Karla, etc…eu sofri o pão que o diabo amassou pra estar aqui, nada caiu do céu, foi muito sofrimento, e muitas lágrimas derramadas.

Falando em mudanças, em 2005 você foi morar na Europa onde passou 20 anos. Como foi a adaptação e a experiência (resumidamente)? Foi algo muito louco. Como minha carreira não deslanchou no Rio (até por que eu não tinha dinheiro pra pagar meus cursos de teatro, pagar a CAL Casa Das Artes De Laranjeiras) eu decidi ir pra Europa onde morei na Itália, Suíça e França. Fiz um pouco de tudo: faxina, cuidei de idoso, desfilei… fiz o que precisei para me manter, ou voltava pro Brasil, e voltar eu não queria. Sempre sabendo dos meus limites e sabendo entrar e sair dos lugares, e o principal sempre de cabeça erguida. 

Foi por lá que você conheceu seu marido e passou o seu casamento. Como era a vida de casada com um europeu? Sim, tive alguns relacionamentos nesses países onde vivi. Eu gosto do homem europeu, até prefiro que o brasileiro. Tive histórias conturbadas que fui até parar na delegacia (risos). Na França conheci meu grande amor, casamos, abrimos uma sociedade juntos. Infelizmente o relacionamento acabou e hoje mantemos uma boa relação na medida do possível, nossa empresa ficou 40% pra mim e 60% pra ele. Separados mas o respeito prevalece. 

O que ficou de positivo desse período? De tudo eu tiro uma lição, não me arrependo jamais do que fiz e sim do que não fiz. Ele foi bom e essencial na vida naquele período. Hoje eu o vejo com outros olhos, mas sempre com carinho e admiração de um cara que eu deixei entrar no meu coração por alguns anos da minha vida. 

Você já comentou que Xuxa é sua “idola”. Chegou a trabalhar com ela? Uma relação de respeito de fã e ídolo. Já fui a vários programas dela, participei do Transformação do Planeta Xuxa. Eu ia pra porta da Casa Rosa e ficava lá esperando ela sair (risos). Já tomei muita bronca da Marlene (risos). Um dia ainda vou ter meu momento com ela e dizer o quanto ela foi importante na minha vida. Xuxa é sinônimo de amor, de respeito aos animais, de preservação a natureza, essa mulher é um patrimônio na vida de muitos. O engraçado é que eu jantei com Marlene Mattos e a convidei pra comer um caranguejo na minha casa, ela aaaaamma caranguejo, vamos organizar assim que nossas agendas permitirem. Você já imaginou aquela adolescente que chegou ao Rio cheia de sonhos na bagagem e hoje jantar com Marlene Mattos que foi a empresária mais poderosa do showbiz nos anos 80/90? O mundo não gira, ele capota.

Algum tempo atrás teve a polêmica com seu porquinho e você chegou a ser apedrejada nas redes sociais. Passado tudo isso, explica pra gente o que de fato aconteceu. Na verdade só viralizou porque foi num shopping de luxo na Barra da Tijuca, eu duvido se fosse no subúrbio do Rio se isso ia viralizar. As pessoas são muito elitistas, infelizmente. Eu tenho um porco de estimação, e sempre saio com ele, e óbvio que levo o saquinho pra recolher as fezes. Nesse dia o Gautier tinha feito cocô várias vezes e fomos ao shopping e ele fez coco dentro da loja da Apple, eu imediatamente fui no segurança e pedi pra chamar alguém da limpeza pra recolher o cocô. O segurança me olhou com toda gentileza e disse “a senhora pode ficar tranquila que já chamamos a equipe”… então eu agradeci e saí da loja. Nesse exato momento um imbecil filmou o cocô no chão e eu deixando a loja com o porquinho e jogou na internet. As pessoas me apedrejaram, me chamaram de porca, imunda, lugar de porco não é no shopping… Eu fiquei muito mal com tanta injustiça de um vídeo tirado de contexto. Eu já voltei na loja e tá tudo bem, nunca houve nenhum problema entre eu e eles. E meu porquinho é muito querido no Village Mall.

E o que ficou de lição desse ocorrido? Hoje em dia ando com um monte de saquinho na bolsa (risos). E quando ele faz necessidades eu me abaixo e limpo rápido, e vejo se não tem algum imbecil com o celular na mão pra filmar e postar. Não confio mais.  

O que faz sua cabeça na hora de recarregar as baterias? O que curte nas horas vagas? Eu amo a companhia dos meus filhos de pelos. Quando estou angustiada ou alguém fez alguma coisa de mal comigo, eu corro pra minha casa, sento no chão e os abraço, eles me energizam, é incrível. Eu tenho dois cachorros, o Thierry que veio da França comigo, a Étoile (quer dizer estrela em francês) ela foi adotada, foi encontrada abandonada numa estação do BRT e levada pela ONG, e tenho o Gautier meu porquinho que vale por dez cachorros.

Como lida com a vaidade (profissionalmente e no dia a dia)? Eu cuido da pele, uso protetor, faço alguns procedimentos estéticos, mas nada de exageros.

Você é mais do dia ou da noite? Onde é mais fácil te encontrar? Que programas faz sua cabeça? Depende do meu estado de espírito, às vezes sou super caseira, amo ficar em casa, cuidar das plantas dos bichos, mas as vezes tenho fogo no rabo de sair à noite. Então se posso me definir, sou mais do dia. Você pode me encontrar facilmente no Village Mall ou Hortifruti (risos).

Como você se definiria hoje? Uma mulher que ama a solitude. Amo ficar comigo mesma. Gosto de receber amigos, mas tudo no seu tempo.

Quais os próximos passos na sua carreira? Eu quero produzir conteúdos, coisas que inspiram as pessoas, encontrar alguém na rua e ela me dizer “Amanda obrigada pela mensagem que você falou naquele vídeo, me ajudou muito”. O dia que eu ouvir isso de uma pessoa toda a minha estrada de batalhas até aqui terá valido a pena.

Fotos @vinnynunes_

Assessoria @irioliver.assessoria