CAPA: AS VERDADES NADA SECRETAS DE RAINER CADETE

Nosso último papo com Rainer Cadete foi em 2016, de lá para cá muita mudança e amadurecimento. Mas não só amadurecimento na idade, mas principalmente nas ideias e na cabeça. Sua responsabilidade com o seu papel com o social é muito mais forte. Assim como sua responsabilidade como um filho pré-adolescente e agora o reencontro com seu antigo “filho”, o personagem Visky, que volta em breve na segunda fase de Verdades Secretas. Entre danças, livros, banho de sol pelado e muitos projetos no audiovisual, o Rainer que encontramos agora é um novo homem cheio de novas possibilidades e desafios.

Rainer, nosso último papo foi em 2016 quando você fazia Êta Mundo Bom! e se preparava para a Dança dos Famosos. De lá pra cá, muitos novos desafios e mudanças internas. O que mudou no Rainer de 5 anos atrás e quais os maiores desafios encontrados? É um prazer estar aqui de novo, depois de meia década, porque nossos papos sempre foram ótimos. Adoro a revista, acho um espaço super importante para conhecermos quem são as pessoas por trás dos personagens. Muita coisa mudou desde a nossa última conversa, e eu acredito demais naquela metáfora do rio, que ninguém mergulha no mesmo rio duas vezes. Este ano eu completei 18 anos de carreira e sinto que, o que mais mudou em mim foi o amadurecimento num geral – do corpo, dos pensamentos, da alma, do trabalho. Há cinco anos eu estava me preparando para a Dança dos Famosos e, desde então, eu não parei mais de dançar. A dança passou a ocupar em mim um lugar muito especial e complementar ao meu trabalho, a ponto de hoje, quando eu estou gravando como o Visky, eu imaginar uma dança, como se fosse uma coreografia, uma grande composição. E assim é, na vida, também. Tenho feito coisas que eu sempre desejei, como ficar bastante com o meu filho Pietro, de 14 anos. Estamos morando juntos há três anos e, ao mesmo tempo em que é um grande desafio, é muito gratificante estar com ele neste momento tão especial que é a pré-adolescência e adolescência. Aprendo muito com ele na possibilidade de exercer minha função de pai full time – e tenho aprendido muito nesses últimos anos, em especial.

Falando do que mudou em você, diria que você é um racista e um machista em desconstrução? De que maneira? Sim, com certeza. Eu tenho me interessado muito em ouvir e consumir mais autores distantes do colonialismo patriarcado. Então li muito Djamila Ribeiro, Judith Butler, Grada Kilomba, Ailton Krenak, J. J. Bola e muitos outros autores negros, mulheres, LGBTQIA+ que abriram bastante a minha mente e com os quais eu venho aprendendo muito. Estou lendo sobre a masculinidade como performance e como ela pode compor com o feminismo, de modo que possamos curar essa masculinidade tóxica existente. E nesse momento de aprendizado, quando a gente se assume um racista, machista e homofóbico em desconstrução significa algo para além de nós, porque essas coisas não são só sobre nós, exatamente, mas sobre uma estrutura que já existia antes mesmo de eu e você nascermos. Na história da humanidade, tivemos muita violência e histórias de dominação de povos que nos fizeram chegar até aqui. O patriarcado é um sistema difícil para todos, e o homem que essa sociedade produz é o que comete suicídios, feminicídio e abusos de todos os tipos – inclusive contra crianças. Pensar essas coisas todas, me faz entender que em mim também existem pontos que precisam ser desconstruídos. E ter a noção de que eles existem – ao invés de negar ou simplesmente achar que estas questões são sobre os outros e não sobre mim, é poder refletir a respeito e o que me ajuda a começar a identificar o que machuca o outro e, a partir disso, poder neutralizar isso em mim, reformulando o meu discurso e repensando, mesmo, a respeito de tudo isso. Eu tenho estudado bastante a respeito da neutralização da linguagem, por exemplo porque as coisas precisam ser binárias, se existem pessoas que não se sentem apenas homem ou mulher? Isso pode parecer complexo porque é sobre o outro, né, e isso nos exige estudo, atenção e uma escuta ativa. A partir do momento que pessoas não se sentem representadas pelos pronomes existentes, porque não neutralizar isso ou mesmo incluir de alguma outra maneira, se vivemos numa sociedade viva e mutante? Algumas palavras e expressões precisam mesmo cair em desuso, como, por exemplo, “judiação”, que remete aos judeus e ao momento terrível do holocausto, ou “criado-mudo”, que faz referência às pessoas negras escravizadas. São muitas palavras que no nosso dia a dia falam sobre uma situação triste e que não deve mais se repetir. Esses pequenos detalhes sinalizam que fomos ensinados assim e então nos descobrimos racistas, homofóbicos, sexistas e que pensamos de uma maneira binária. Mas o que aprendemos também podemos desaprender, é primordial descontruir o que não serve mais. Não podemos ficar calados porque, se machuca outra pessoa, eu devo fazer uma ginástica mental e estudar um pouco mais pra utilizar um discurso menos agressivo e excludente. Não basta apenas não sermos racistas, homofóbicos ou machistas, precisamos lutar contra e abolir de vez estas atitudes e pensamentos.

Vivemos um momento de extremos, intolerância e falta de compreensão com o outro. Por ser uma pessoa pública já sentiu muito isso? E como usa essa visibilidade para combater? Estamos num momento de muita polarização, muita intolerância, um momento difícil, mesmo, onde muitas pessoas não estão bem. Estamos passando por um mal-estar gigantesco na civilização, vemos muitas pessoas desencarnando, ninguém está plenamente bem. Por mais otimista e alto astral que tentemos nos manter, todos os dias recebemos alguma notícia que parece levar um pouco da gente. Então, eu acredito no afeto revolucionário, acho que só o afeto pode nos salvar. Quando sentirmos mesmo o amor pelo próximo, pararmos de julgar o diferente e aprendermos a dialogar e lidar com a opinião do outro, além de aprender a debater de maneira saudável, estaremos num bom caminho. Eu procuro ser afetuoso com todas as pessoas, em todas as minhas relações, não só de trabalho ou família, mas com as pessoas como um todo.

Você é muito engajado nas redes sociais, especialmente no Instagram. Quando percebeu que poderia usar aquele espaço a seu favor, não apenas divulgando seus trabalhos, mas pensamentos, atitudes e posicionamentos? Acho que isso foi acontecendo de uma maneira natural. Eu sempre tive uma relação saudável com as redes sociais desde o Orkut, passando pelo Facebook e chegando ao Twitter e Instagram (risos). Não vejo as redes como algo bom ou ruim, depende da maneira como você as utiliza. Então, eu sempre procurei utilizá-las não apenas pra falar de trabalho, mas pra dizer um pouco o que eu penso da vida, falar da minha conexão com a natureza, falar sobre afeto, família, posicionamentos políticos, questões ideológicas – mas tudo de uma maneira saudável. Gosto muito de abordar a liberdade, também. Já percebia nestas plataformas, mesmo antes de ter milhões de seguidores, que quando eu postava e alguém interagia, essa troca também me nutria. É desse movimento que eu gosto. 

Como separa o que publicar? Qual a linha tênue entre o público e o privado? Eu percebo as redes sociais como uma espécie de edição de nossas vidas. Elas não representam exatamente a sua vida de verdade, mas de momentos e fragmentos que sentimos vontade de dividir. Meu processo de postagem é assim: eu seleciono o que eu quero dividir e compartilhar com as pessoas e aí sai um pouco de tudo… Às vezes, eu estou tomando um banho de sol nu e penso “porque não?”. As pessoas objetificam muito o corpo humano, e um momento como este é um ato de amor com meu corpo, de aceitação, de estar bem comigo. E não tem nada mais natural do que o nosso corpo, né?!

Cabelo azul, 11 kg mais seco e mais malhado. Esse é o efeito Visky chegando? Como foi e tem sido essa preparação? Com certeza! É impressionante como um personagem pode interferir na vida do ator. Já são 14 kg a menos e estou mais malhado, também. Eu alterei completamente a minha rotina, fui à nutricionista, nutrólogo, fonoaudióloga, personal trainer… Eu vinha de uma rotina de quarentena em casa, né, mas não parei de dançar a quarentena inteira – e foi isso que me ajudou a me manter bem. Eu fazia quase todo dia aula de hip hop, vogue e stiletto, já pensando na composição do Visky. Pesquisei muito o vogue com professores muito especiais, como o Wil Freitas, porque é uma dança de muita representatividade LGBTQIA+. E a Carla Biriba pensou nesse visual novo com o cabelo azul e, como eu adoro mudar, comprei a ideia de cara! Descolori e pintei o cabelo de azul com o Caio Costa e me senti lindo e pleno (risos)! Só que isso exige uma rotina mais trabalhosa, como retocar a raiz, eu mesmo tenho tingido em casa. Mas é um processo muito legal e gratificante, essa caracterização é muito importante pra mim. Às vezes eu olho no espelho e tenho a sensação que quem está ali é o personagem.

O Visky foi muito querido e importante na trama de Verdades Secretas. Como está sendo voltar a gravar um personagem tão carismático assim? Que novos desafios ele está te trazendo? Parece um sonho. Às vezes, eu preciso me beliscar pra sentir que é verdade (risos)! Porque o Visky é um personagem muito importante, feito com muita entrega. Ele colocou uma lupa no meu trabalho de ator e expandiu a minha zona de conforto por ser um personagem muito rico, de muita composição, com muitas possibilidades… Ele se vale da indumentária feminina nas suas peças do guarda-roupa, se maquia e, ainda que se veja como um gay convicto, tem relações sexuais apenas com a Lurdeca, que é uma mulher! É um personagem muito necessário e, por mais que tenha emprestado muito de mim pra ele, eu também fiquei com bastante dele. Estar novamente perto dele é uma dádiva, porque o Visky é um sol! Ele tem a capacidade de rir dele mesmo e também de fazer as pessoas rirem, e eu até brinco usando o termo “viskyar”, porque estar com ele é muito divertido, a vida fica mais alegre e leve. Eu acabo vivendo isso na maior parte dos meus dias, porque passo mais tempo com o personagem do que com a minha família, já que estamos com um ritmo bem intenso de gravações, chegando a gravar até 11 horas por dia. Ele é como se fosse um amigo de longa data que agora eu reencontrei mais maduro, mais forte, mais dono de si, de suas virtudes e defeitos.

Nesta temporada o Walcyr Carrasco deu a ele novas histórias, novas relações, novos conflitos e uma nova diretora, a Amora Mautner, que é uma gênia. Ele continua trabalhando na mesma área profissional, mas se especializou, cresceu, está mais bem sucedido. Então, com essas mudanças, é como se o personagem tivesse começando, mas, ao começar a gravar, vi que ainda tinha em mim aquele Visky da temporada anterior e que, por sua vez, também tem a ver com aquela criança que eu fui, com um olhar entusiasmado em relação ao mundo. O Visky retorna num protagonismo muito interessante, porque um personagem desses numa trama como Verdades Secretas é um corpo político. Ele representa muitas pessoas que se sentem desencaixadas e é muito importante ter essa representatividade neste nosso momento.  Ele tem sido um sol pra mim, e eu espero que seja para quem assistir, também.

Acredita que um personagem como o Visky terá um público diferente agora, seis anos depois? Acha que ele irá sofrer algum tipo de preconceito? Acredito que terá um público novo, sim, porque existem as pessoas que cresceram e chegaram à maioridade nesse período – inclusive, no elenco. Pessoas que tinham pouco mais de 10 anos agora já passam de 18 e têm interesse em assistir. Existe também um público internacional, pessoas da Rússia, Portugal, EUA, etc., que me procura falando do Visky, além de todos os brasileiros que acompanharam Verdades Secretas e estão ansiosos pela continuação da história. O Visky conquistou um público fiel, pessoas que ainda lembram os jargões e sabem até as falas dele de cor (risos)! Quanto ao preconceito, a realidade é que a gente vive num país bastante preconceituoso e precisamos discutir esse patriarcado que impõe o homem branco heterossexual cristão como um padrão ideal, fazendo com que tudo que não corresponda a isso seja desumanizado e invisibilizado. Então, é possível que role algum preconceito, mas o Visky é como algumas pessoas que eu conheço que não se calam e não deixam de ocupar o seu espaço.

Alguma verdade secreta sobre você que pode nos contar? Se eu contar vai deixar de ser secreta, né?! (risos) 

Você tem se mostrado adepto de um banho de sol pelado. Sempre curtiu? Já frequentou alguma praia de nudismo? Essa história do banho de sol pelado também começou, na verdade, na minha preparação pro Visky de VS2. Foi uma provocação da Mari Suede, a figurinista dessa nova fase da história que, ao me mostrar o figurino, levantou a discussão sobre a aparição da marca de sunga, já que teremos muitas cenas de pele. Então pensamos na possibilidade de o meu corpo não ter essas marcas comuns de sol e resolvi começar a tomar banho de sol sem roupa. E isso me trouxe uma sensação de paz muito interessante pelo simples fato de me sentir despido de tudo, aceitando minhas imperfeições e me livrando de alguns preconceitos que eu ainda tinha com o meu corpo. Existe, pra mim, inclusive, uma diferenciação conceitual entre nudismo e naturismo. O nudismo é um ato de se despir das roupas, enquanto o naturismo é um ato de estar em harmonia consigo mesmo e com a natureza, incluindo os outros. E isso é uma coisa com a qual eu me identifico, por isso já fui a algumas praias de naturismo, sim, e recomendo a todes.

Uma coisa que podemos observar bem nas suas postagens é sua relação com seu filho. Como é o Rainer Cadete pai? Com quantos anos foi pai e como isso te tocou? Eu sou um pai bem coruja e amo meu filho Pietro desde que, aos 18 anos, soube que seria pai. Quando ele nasceu eu já tinha feito 19 anos e foi um grande desafio, porque eu estava buscando me firmar na carreira artística, que é tão instável neste país. Então, tive muita ajuda da mãe dele, a Aline, assim como dos avôs maternos e da minha mãe. São pessoas pelas quais eu tenho eterna gratidão, porque me ajudaram a cuidar do meu filho num momento em que eu precisava trabalhar e estudar, estava buscando concretizar meu sonho. Mas sempre fomos muito próximos e sou apaixonado pela oportunidade de ser pai dessa pessoa tão especial. Como pai, tenho a sensação de que meu coração bate fora do meu corpo. A partir do nascimento dele tive uma sensação de ter que agarrar as oportunidades da vida com muito mais força, porque passou a não ser mais só por mim, mas por alguém que depende e se inspira em mim.

Vivendo nossa realidade de hoje e pensando no futuro para seu filho que pensamentos vêm à cabeça? Penso que existe uma responsabilidade enorme em ser pai e que meu filho precisa ser muito forte e consciente pra enfrentar este mundo. Porque não é fácil ser um menino negro num país onde pessoas estão discutindo se a terra é plana enquanto sucateiam a cultura e a educação. Procuro, sobretudo, explicar a ele o poder do conhecimento como algo emancipador e libertador.

Você está num momento mais natureza, terra… cuidando mais da saúde, cultivando uma horta orgânica de onde tira boa parte de seus alimentos. Isso foi um reflexo da pandemia ou era algo já praticado de alguma forma? Eu sempre tive horta na minha casa. Isso vem das minhas ancestrais – minha mãe, Dona Ronalda, me ensinou a amar e conversar com as plantas e sempre tivemos, em casa, plantas medicinais. E agora, durante a pandemia, tendo um pedaço de terra e com mais tempo livre eu comecei a me dedicar à horta de maneira mais veemente. Passei a pegar as sementes e pensar no período certo para plantar, tratar, adubar e aguar a terra, cuidar das pragas que podem vir, depois colher… Acho que foi uma faculdade de vida, mesmo, porque, observando esse ciclo da terra, eu pude aprender muito sobre os estágios da vida e o tempo certo dos acontecimentos. Sem contar que é ótimo você saber a respeito da origem de seus alimentos. Eu adoro cozinhar e com produtos orgânicos. Fica tudo mais saboroso.

Esse momento de pandemia, isolamento social e parada nos trabalhos te levaram a quê? Eu estava numa turnê pelo interior de São Paulo com o espetáculo O Louco e a Camisa, com direção do Elias Andreato, quando a gente soube da chegada da Covid-19. Apresentamos a peça já um pouco preocupados, porque teatro tem aquele momento de receber o carinho do público de forma presencial, abraçar e tals. E no terceiro dia, nós soubemos que a temporada havia sido suspensa, sem data para retornar. A partir daí, eu continuei em movimento. Fui estudar inglês, canto, piano, violão, dança, comecei a fazer faculdade de Artes Visuais à distância, li livros muito interessantes e fiz amizades – como com o Renato Luciano, que é um ator, cantor, compositor e integrante da minha companhia de teatro predileta, a Barca dos Corações Partidos, de quem eu já assisti todas as montagens, sou bem tiete mesmo (risos)! Numa conversa durante a quarentena ele me perguntou se eu cantava, eu disse que sim, e fizemos um, -encontro – ele da casa dele em Minas Gerais e eu, de São Paulo. Já no primeiro encontro compusemos uma música, e a cada encontro virtual nosso saía uma nova composição. Hoje, temos um álbum inteiro que pretendemos lançar. Eu percebi que, de fato, estar perto não é físico.               

E justamente a pandemia te fez se desafiar no teatro online com a peça Diário de um louco. Como foi e está sendo a experiência? Qual o maior desafio nisso? O desejo de fazer um solo já existia há algum tempo e, como eu gosto muito do trabalho do Elias Andreato, que é um grande artista e um diretor incrível com quem eu já havia trabalhado, eu liguei pra ele falando sobre essa minha vontade de fazer um solo e se ele topava dirigir. Ele aceitou e me enviou o texto Diário de um louco, do Nikolai Gogol. Eu terminei a leitura em lágrimas, muito emocionado e querendo fazer a peça, porque a história da loucura é um assunto que me toca muito. Me interessa pensar em como as pessoas se “quebram” diante de uma realidade difícil e hostil como a nossa, e como é a história dessas pessoas que são tão invisibilizadas dentro da história da humanidade. Eu me identifiquei muito com o personagem, me apaixonei pela história dele. Acho muito simbólico encenar este texto sob a direção do Elias porque ele também interpretou este solo no começo de sua carreira. A montagem ainda foi um marco por celebrar meus 18 anos de resistência e sobrevivência como ator. Conseguimos ser contemplados pela Lei Aldir Blanc para apresentarmos a peça no formato online, e todo o processo foi feito remotamente – eu estudando o texto em casa, o Elias na dele, marcando a peça comigo através das plataformas virtuais. Somente na semana da gravação, encontrei com o Elias – todos testados, conforme pedem os protocolos de segurança. Convidamos o Thiago Luciano, um cineasta talentosíssimo, para dar a visão cinematográfica dele com a câmera sobre o espetáculo. O desafio foi enorme porque é teatro, mas não exatamente, porque eu estava encenando no palco, mas tinha perto de mim microfones e duas câmeras. Foi muito interessante participar deste movimento híbrido e emergencial porque o artista precisa trabalhar e o público quer assistir boas produções, também. Assim, que for possível, vamos estrear no teatro mesmo, com plateia, e realizar uma turnê. Não vejo a hora! 

E para relaxar e se inspirar, banho de sol à vontade, cultivo de horta…? O que faz sua cabeça na hora de relaxar? Gosto muito de relaxar lendo livros, ouvindo música, meditando (adoro meditar, me faz muito bem), vendo séries, cozinhando, cuidando das pessoas que eu amo e estudando. Eu sou meio workaholic (risos). 

Como andam suas expectativas para esse ano? Apesar da tristeza ao ver tantas mortes por Covid-19 em função de um país que está à deriva, as minhas expectativas são as melhores possíveis. É muito bom poder trabalhar neste momento – me sinto muito privilegiado e feliz em estar fazendo o que eu amo, e poder exercer o meu ofício com muita paixão, orgulho, determinação e zelo. Estou muito bem acompanhado, trabalhando com diretores incríveis e atores sensacionais, pessoas que eu admiro muito e que me inspiram profundamente. Em agosto, volta ao ar a primeira parte de Verdades Secretas e logo depois, deve estrear a sequência que estamos gravando com muita animação e com tudo que o momento requer para realizarmos o trabalho de forma segura, seguindo todos os protocolos, usando máscaras, acrílicos em cena… Estou com expectativas grandes que me motivam bastante! 

Foto Beto Roma (@estudio_roma)

Stylist Athria Gomes / Alexandre Martins (@a.producao)

Make Vanessa Melino (@vanessamelino__