CAPA: GIL COELHO E SUA MATURIDADE EM “TERRA E PAIXÃO”

Da comédia ao drama, Gil Coelho trafega por universos distintos sem se intimidar com o que vem pela frente. De personagens históricos como Duque De Saxe, em Nos Tempos do Imperador, a personagens contemporâneos como o atual Franco em Terra e Paixão, Gil tira de letra. Aos 36 anos ele segue colecionando personagens distintos e trilhando o sucesso ao longo de sua carreira.

Gil, depois de um personagem de época, o Duque De Saxe em Nos Tempos do Imperador, vem o contemporâneo Franco de Terra e Paixão. Como é pra você mudar de perfil e época por conta dos personagens? Engraçado, tenho ouvido muita gente dizer que talvez essa seja minha primeira personagem que está saindo do jovem para um homem maduro. Óbvio que todos são maduros, talvez uma coisa mais “pai de família” (Trabalhador, sabe?! Um advogado, gerente de um banco. (risos)). Eu sempre tive um rosto mais jovial, por acaso tô com 36 anos e acho que não aparento tanto?! É mais nesse lugar que digo. O engraçado é que os dois personagens têm sotaque, óbvio que o príncipe em outro registro, música e tom. Esse agora mais erres mesmo, de Mato Grosso. O corpo bem diferente também. O príncipe, tinha outros tempos de movimento de fala, de jeito. Talvez o que mais se aproxime, é o figurino. Pelo fato de ser uma coisa mais terna, mas bem diferente. Ou seja, nada parecido. (risos).

Já tinha feito algum personagem histórico como o Duque Luís Augusto? Termina sendo uma aula de história na prática? Nunca tinha feito um personagem histórico. Estudei bastante, pesquisei sobre Pedro II, Leopoldina – a família toda. Para saber os detalhes. Com certeza, estudamos tanto que acaba sendo uma linda aula de história, como se eu fosse o personagem vivido ali e sou, né. (risos) Como se eu estivesse dentro de um livro e saltasse dele. Uma sensação bem gostosa.

Vindo para os dias de hoje… o Franco Rezende de Terra e Paixão, que sofre numa cidade dominada por Antônio La Selva. Como está sendo a experiência? A experiência de estar ali, lidando com esse cara que manda e desmanda na cidade é bem estranha, né? Pelo fato de realmente você viver a mercê e acabar não tendo voz, nem escolha. A palavra final é sempre do Antônio. Você acaba compactuando com certas decisões que não partem de você e muito menos, de sua índole. Agora, uma coisa espetacular é que o Antonio é nada mais, nada menos que o mestre Tony Ramos. Isso para o ator, realmente está sendo um presente. É lindo e muito gratificante estar do lado desse grande ator. Com certeza, um grande presente.

E como está sendo sofrer nas mãos de Tony Ramos? (risos) Na verdade estou sofrendo na mão de Antonio La Selva porque o Tony é uma delícia de pessoa. Um grande amigo de camarim, eu adoro bater texto e ele adota também – isso é ótimo. Estamos sempre exercitando para ser sempre o melhor para o trabalho. Uma pessoa muito admirável, adoro assistir suas escolhas como ator, acho que aprendo muito. Estar ali sempre estudando, praticando e trocando realmente é um presente.

Na trama a cidade de Nova Primavera é dominada por personagens hipócritas e de vida dupla. Alguma semelhança com a vida real? Não, nunca tive nenhuma e se cruzaram pessoas assim no meu caminho não duraram muito tempo, realmente não curto mesmo. Acho que talvez uma semelhança seja algum trejeito, sempre levamos algo para o personagem, não tem jeito.

Humor ou drama, onde se sente mais em casa? O que lhe desafia mais? O humor, eu nem sabia que eu poderia brincar assim. Descobri isso fazendo testes para Paraisópolis, onde eu estava na fase final dos testes para um personagem mais dramático e não passei. Mas, logo em seguida, me convidaram para fazer o Lindomar que era mais no humor. Ali acho que comecei a imaginar que podia mergulhar nesse lugar. Me senti tão em casa e a novela fez tanto sucesso – meu personagem super se desenvolveu que eu pensei, opa acho que eu sei fazer, hein (risos)! Trabalhei com Paulo Gustavo no teatro e em uma série, no Multishow. Eu acho que realmente o drama é mais desafiador pra mim. É bem interessante. 

Indo para seu início na TV você chegou com o especial Cazuza, né? Como foi essa estreia? Foi meu pós-oficina da Globo… Sim, eu acho que tive muita oportunidade para experimentar em trabalhos diferentes. Eu já era muito fã do Cazuza, desse poeta. Realmente, foi incrível estar nesse projeto. Foi como se eu tivesse vivido realmente aquela época. Um presente, era um menino querendo aprender, estudar e exercitar. Sempre fui muito focado em querer estar cada vez mais disponível para a personagem. Ali foi o início de tudo, uma grande escada para minha vida.

O que foi mais difícil nesse início e o que você aprendeu a desconstruir com o tempo e a experiência? Olha, eu amo a crítica. Sempre pergunto para os amigos próximos e comento para não terem receio de me criticar, porque eu acho que a crítica faz a gente sempre querer melhorar e evoluir. Bem, eu gosto e não me incomoda. Eu sinto que venho amadurecendo sempre, e a novela Nos Tempos do imperador, eu sinto que me ensinou muito estar ali, ainda mais com grandes referências. Realmente foi um presente. Era uma escola diária. Às vezes, em cena e fora de cena, estava sempre vendo e aprendendo. Eu amo assistir às escolhas de cada ator, acho muito interessante. Mas, voltando à pergunta, a gente vai aprendendo e escolhendo métodos, não é? E depois, vamos desapegando dos métodos e sempre amadurecendo. 

Soubemos que um mapa astral foi o empurrão que faltava para você começar a carreira de ator. Como foi isso? Minha mãe era muito espiritualizada, e fez meu mapa astral nos meus 16 anos. Minha irmã adorava cantar, então minha mãe levou ela ao teatro para exercitar e me pediu para ir com ela para acompanhar. Ai já sabe né? Mordido pelo mosquito da arte e nunca mais sair. Me apaixonei mesmo! Minha irmã saiu e eu continuei (risos). O mapa me direcionou! Fiz muita publicidade no início e sempre estudando em cursos livres e praticando. Foi quando fiz o teste da oficina da Globo e, ali, foi meu grande trampolim para a arte.

Você parece ser um cara tranquilo e de bem com a vida. É isso mesmo? E o que lhe tira do sério? Eu costumo dizer que uma das coisas mais tristes é perder os pais, né? E por isso eu já passei. Não foi fácil! E a vida tá abrindo pra eu sorrir, para ser feliz e não posso desperdiçar com tristeza e infelicidade. Realmente sou muito tranquilo, de bem com a vida. Acho que me estressei feio mesmo umas quatro vezes em minha vida. (Pode acreditar) o que me tira do sério?! Mau humor, falta de diálogo, grosseria…enfim!

Na hora de relaxar o que faz sua cabeça? Como recarregar as baterias? Eu costumo ir pra ma cachoeira, massagens, sauna… se eu pudesse morar em um SPA, adoraria. AMOOO essências, velas. Uma delícia, isso me relaxa muito. Adoro montar roteiros de viagens também, me relaxa muito. Uma vez por ano eu costumo ir para Chapada dos Veadeiros também, ali é meu refúgio.

Para conquistar Gil Coelho o que precisa ter / ser? Sinceridade eu amo, aquelas pessoas que os olhos brilham, feliz, leve, de bem com a vida, ser da paz, sorrir e amar assistir séries e filmes. É muito? (risos)

Fotos Priscila Nicheli

Stylist Samantha Szczerb

Assessoria de imprensa Julyana Caldas

Agenciamento Montenegro Talent

Agradecimentos LSH Hotel (locação), Amil (look)