CAPA: NAS ONDAS DE PEDRO SCOOBY

É no clima das altas ondas que Pedro Scooby chega à MENSCH. Um dos maiores surfistas de ondas grandes do mundo. Pedro Vianna, mais conhecido como Pedro Scooby, é uma potência mundial do esporte representando o Brasil. Aos 32 anos, inspira gerações e movimenta o mercado esportivo com a sua história e estilo de vida. E aqui não seria diferente. Cheio de estilo e personalidade, posou no badalado Cliffside Rio e o resultado ficou incrível. “Existe a onda que eu ainda quero surfar, mas as ondas que eu cresci sonhando, eu já surfei todas”, declarou nosso homem da capa ao longo da entrevista. Nascido no Rio de Janeiro, atualmente Scooby vive em Portugal, próximo a Nazaré, não por acaso, local das maiores ondas do mundo, mas ao longo de sua carreira, que começou aos 11 anos de idade, já encarou temidas ondulações ao redor do planeta. Isso sem contar os paredões encarados por ele no Havaí, México, Peru, Chile, Indonésia e por aí vai. Mas nem sempre o mar esteve para peixe, e ele nos conta os apuros que já passou por aí.

Além da busca constante por grandes e boas ondas, a felicidade e o estado de espírito pleno também são prioridades e fazem parte do seu propósito de vida. Enquanto pessoas buscam pela felicidade, Pedro a representa dentro de qualquer situação. Exemplo recente ocorreu neste ano pandêmico, no qual o surfista se reinventou para manter o trabalho e, mais uma vez, ser exemplo e inspiração. Em julho do último ano, ele teve a iniciativa de fazer uma viagem de motorhome pela Europa – alternativa segura e sem aglomerações – para enaltecer os esportes radicais impactados pela pandemia. Junto com os três filhos pequenos, rodou mais de 10 mil quilômetros e viveu uma experiência única aprendendo novas modalidades e apresentando o trabalho de atletas de diversos países que estavam sem poder competir, passando pela Espanha, França, Suíça, Alemanha, Áustria, Itália, entre outros.

Apesar de ser avesso às competições, Pedro está sempre entre os melhores do mundo. Este ano, durante passagem pelo Brasil, foi destaque mais uma vez ao deter, em abril, uma das maiores e mais raras ondas da Laje da Besta, na Baía de Guanabara (Rio de Janeiro), com cerca de 5 metros de altura. Ele também surfou uma enorme onda em um swell histórico de Nazaré que aconteceu em outubro de 2020, cotada pela WSL como uma das maiores surfadas no mundo. Além disso, já venceu o Gigantes de Nazaré (2019), edição especial do programa Esporte espetacular, da TV Globo. É nesse clima surf, ondas gigantes e o jeito simples de curtir a vida, que conversamos com Scooby. E como ele mesmo define, seu lema é “ser feliz é o segredo da vida”.

Pedro, você é apontado como um dos maiores freesurfers do mundo. Explica para quem é leigo o que difere o freesurfer do surf tradicional? O freesurfer tem um estilo mais livre. Não tem um compromisso com a competição. Muita gente não sabe, mas isso é muito forte dentro do surf e do skate. Existem freesurfers tão famosos mundialmente, quanto os competidores. E nos últimos anos, acabei me dedicando até mais às ondas gigantes, que não têm um circuito como os das ondas pequenas. O que me deu uma disposição e performance muito boa, até a nível mundial.

Em meio a essas ondas gigantes que você já encarou, algum perrengue? Já passou por algum apuro? Já passei muitos apuros, já quase morri há dois anos em Nazaré, mas também tive muitos momentos de alegria. Os perrengues acontecem, porque é um esporte de risco, natural (ondas gigantes).

Foi aos 11 anos que surgiu essa familiaridade com o mar e a paixão pelo surf, Ou isso vem de antes? Na verdade, eu aprendi a ficar em pé na prancha com 5 anos de idade. Depois aos 10 anos, eu entrei na escolinha e comecei a surfar todos os dias, e com 12 anos eu já estava competindo e tendo o meu primeiro patrocínio.

E de onde vem o apelido Scooby? Verdade que foi do desenho animado? Quem te batizou não sabia o bem que estava fazendo (risos). Na verdade, foi um amigo meu (Gabriel Pastori) que é meu amigo até hoje. Ele falou “Nossa, você parece o Scooby hein”, aí é aquela coisa de moleque, o apelido pegou e todos passaram a me chamar assim. Além disso, na época tinha um Pedro Henrique que competia já no surf profissional e ai acabei colocando Pedro Scooby.

Louco por um desafio você foi para entre os 20 participantes da 1ª edição do Exathlon Brasil, terminando a competição em 2º lugar. Como foi a experiência? Cara, foi uma experiência incrível. Eu gosto de me desafiar e o Exathlon foi uma experiência muito boa para mim. Eu acho que para a vida, não só pelo fato de ser uma competição.

Qual e onde foi sua onda inesquecível? Minha onda inesquecível foi em Nazaré. Acho que no final do ano passado em outubro, tivemos o maior swell da história e eu surfei uma onda, que com certeza, foi a mais inesquecível da minha vida.

Existe algum lugar no mundo onde você ainda não pegou onda e sonha conhecer? Existe a onda que eu ainda quero surfar, mas as ondas que eu cresci sonhando, eu já surfei todas.

Hoje em dia quem é (ou são) seu ídolo(s) no surf? Os meus ídolos do surf continuam os mesmos, que foram os caras que me inspiraram quando eu era moleque. Newton Flat e Bruce Irons. Esses surfistas me influenciaram muito no meu estilo de surfe.

Onde e como se sente mais desafiado? O lugar que eu me sinto mais desafiado continua sendo Nazaré, afinal é lá que estão as maiores ondas do mundo. Me sinto desafiado, no bom sentido, uma forma de eu conseguir fazer parte e contemplar aquele momento e não domar as ondas típicas da cidade, porque é uma coisa impossível. Então o grande desafio é fazer parte deste momento e conseguir sair ileso, sempre num mar gigante.

Na hora de relaxar o que faz sua cabeça? O que procura? Na hora de relaxar, eu fico com meus filhos. É uma coisa que me tranquiliza e me deixa muito bem.

O que suas conquistas te levaram a ter, que você sempre desejou? As minhas conquistas me levaram a ter uma tranquilidade de poder dar uma boa vida para a minha família. Enfim, é uma tranquilidade eles poderem viver este momento.

Indo para a vida pessoal… Como é Scooby pai? O que ensina e aprende com seus filhos? Qual a maior lição? Scooby pai é o cara mais viciado, que se dedica e vive para os filhos. Eu tento passar um pouco da minha experiência, mas vivo aprendendo com eles também. A maior lição é o quanto importante é a família.

Segundo casamento. O que trouxe de experiência do primeiro para este? O que aprendeu ser mais difícil em viver juntos? Agora que eu estou com a pessoa que eu amo, com a mulher dos meus sonhos, eu aprendi a não cometer os mesmos erros do passado. Tentar ser uma pessoa melhor do que eu já fui, claro. A gente quando começa um relacionamento acredita que é para a vida toda, então eu tento não cometer os erros que já cometi e acertar o que eu já acertei no passado. (risos).

O que é liberdade para você? Liberdade para mim é poder fazer o que eu amo e o que eu quero. Isso é liberdade e o surfe me deu ela.

Qual seu maior pecado? Não resiste a que? Eu sou um cara cheio de pecados igual a qualquer outro ser humano (risos). Eu acho que não tem um “maior pecado”. E eu não resisto a uma boa festa. Eu gosto de comemorar a vida com os amigos, com a minha família. Adoro uma festa.

O que o mar representa para você? O mar representa a minha história, resumindo, o mar representa toda a minha história.

Quem é Pedro Scooby hoje em dia? Como se auto definiria? Pedro Scooby é um cara feliz, de bem com a vida, que acorda todo dia querendo ser um cara melhor, e um cara satisfeito com tudo o que conquistou e com a vida que leva!

Fotos @marciofariasfoto

Assit de fotografia @humbertofelga

Styling @samantha_szczerb

Beleza @daianneemartins

Agradecimento @melinatavarescomunicacao

Locação @cliffside_rio

Vídeo @vegalsfilms

Scooby usou Eduardo Guinle, Quiksilver, Bulgari, Hermes Inocêncio, Edu Bogosian, By Segheto, Sal, Água e Alma