CAPA: MATTEUS CARDOSO SURPREENDE EM MAR DO SERTÃO

A estreia de Matteus Cardoso na TV não poderia ter sido melhor. Cercado de conterrâneos e de heróis locais, atores da sua terra Natal, que ele admirava assistir. Agora vive um momento inverso, onde passou de admirador para colega de elenco na novela Mar do Sertão. Matteus trouxe um Joel leiteiro com tanta naturalidade e profissionalismo que rapidinho o personagem ganhou a empatia do público e crítica. Mas ficava aquela dúvida, “de onde veio esse ator?”. Fomos bater um papo com esse promissor ator.

Matteus, depois de alguns anos na profissão veio sua estreia nas novelas. Como surgiu o convite e como foi estrear na TV pra você? O convite veio direto através da produtora de elenco da novela, Márcia Andrade, no final de 2021. Eu já tinha testado e batido na trave em produtos da Globo quatro vezes antes.  Comecei a fazer testes depois que circulei com a peça A Invenção do Nordeste nos teatros sudestinos. 

Em Mar do Sertão você interpreta o Joel leiteiro que é um cara simples, fiel a seus princípios e suas relações. Como foi criar esse personagem? Foi um privilégio e uma delícia. Joel é um vaqueiro muito ligado às suas raízes, eu sou um taurino muito apaixonado pela minha terra, meu chão e minha ancestralidade. Trabalhar essas energias, pra mim, foi uma aventura muito gostosa. 

Você que nasceu em Natal (RN) estreia justamente numa obra onde grande parte do elenco é de nordestinos. Como isso te toca e que importância tem pra você? Tem uma importância gigante. Fiz essa novela com meus heróis da atuação, principalmente meus heróis locais, atores e atrizes que cresci indo ver no teatro. Titina Medeiros, César Ferrário e Marco França são exemplos de profissionais do teatro potiguar que sempre admirei e tomei como exemplo. Vê-los brilhar num palco tão amplo como a telenovela, é saber que o Brasil inteiro vai poder encontrar virtuose, beleza e talento. Poder atuar com eles é um presente enorme que a vida me deu. 

Algum colega de elenco que você já conhecia ou com quem tinha alguma relação? Vários, especialmente os potiguares que citei anteriormente. São artistas de teatro da minha cidade e em minha adolescência fui muito vê-los nos palcos. 

Indo para o início, como começou sua carreira de ator? Meu encontro com a atuação foi muito cedo. Aos 6 anos, na igreja em que meu pai era pastor. Já  comecei a atuar em peças infantis. Cresci atuando na escola e na igreja, mas só comecei minha carreira profissional em 2017 quando o Grupo Carmin de teatro, me convidou para fazer A Invenção do Nordeste. 

Soubemos que você estudou audiovisual na Rússia. Como foi isso? E por que Rússia? Foi uma experiência incrível e a aventura mais doida que já vivi. Tive que aprender a falar russo. Escolhi a Rússia por causa da VGIK (ВГИК) a universidade estatal de cinema em Moscou. É a primeira universidade de cinema fundada na terra. Gênios soviéticos como Tarkovski e Sakurov estudaram nessa universidade. Até hoje, ela mantém um altíssimo nível de educação e tem incentivos e programas de estudos para alunos estrangeiros. Foi pela tradição e história da VGIK que escolhi fazer essa pós lá. Morei em Moscou de 2013 a 2016. 

Formado em Direção também, já chegou a pôr em prática tudo que deseja no audiovisual? O que te encanta nisso tudo? Já escrevi quatro peças de teatro, escrevi e dirigi uma websérie e estou trabalhando no meu próximo texto dramatúrgico. Não creio que já pus em prática tudo o que quero. Um artista está sempre encontrando um novo desafio e eu quero muito seguir praticando minhas paixões artísticas. Me encanta os encontros e as infinitas novas formas que temos de contar histórias. Quero seguir atuando e roteirizando pro resto da vida. 

O que te inspira na arte? Até onde ela te leva? Me inspira saber que no arte não temos limites. A vida tem dores e desafios e a arte nos ajuda a elaborar a vida, refletir sobre e até mesmo superar dores e traumas. A arte é uma ferramenta de encontro e atravessamento da vida, é uma forma de se estar menos sozinho e mais sensível. É vital para nossa sanidade e bem estar. A arte, hoje, é minha salvação e também meu trabalho. Sem ela, não existo. 

Quais suas vaidades (como homem e como ator)? Sou um taurino simples.  Gosto de me sentir confortável, comer bem e dormir bem. Curto a natureza, sou um natalense filho do mar e do sol. Curto muito meus amigos, minha família e meu namorado. Se estou com eles estou bem. Gosto de estar onde esteja com meus amigos e com artistas interessantes. Satisfaço minhas vaidades quando estou me preparando pra cena e vestindo meus personagens. Acho que sou mais vaidoso com eles do que comigo mesmo. 

Mar do Sertão já está na reta final… O que pretende para depois da novela? Quais os planos? Vou descansar um pouco, tirar umas semanas de férias para me recuperar do turbilhão da novela. Depois, vou trabalhar na montagem do meu texto Manual de Sobrevivência do Artista Brasileiro, peça teatral que eu escrevi durante a pandemia e estreei virtualmente por causa das restrições de circulação da época. Agora, quero montá-la e estrear no palco como planejei. 

Em entrevistas você já falou que pretende casar em breve. Seria esse um dos seus planos para este ano ainda?  Ainda não. Vamos esperar Bruno terminar de cursar medicina para casar. Ele está no quinto ano. 

Na hora de relaxar o que faz sua cabeça? Praia, sol e música. Sou extremamente solar e amo o mar. Quando tenho que passar longos tempos longe do mar, sofro muito. A natureza é meu refúgio para relaxar, também amo ir ao teatro e ao cinema e curtir um forró ou um samba com meu gato e meus amigos. 

O que curte ler, ver e ouvir? Meu autor preferido é Gabriel Garcia Márquez. Sou fascinado pelo realismo mágico e toda essa profusão latina americana de narrativas fantásticas. Adoro cinema brasileiro, especialmente o nordestino e adoro ver novela. Sempre fui noveleiro. Tenho acompanhado Mar do Sertão com afinco e estou amando a nova novela das 7, Vai Na Fé. Em música, tenho curtido muito as produções recentes dos músicos nordestinos da minha geração, Lukete e Juzé (repentistas de Mar do Sertão), Juliana Linhares e Ananda K são exemplos de musicistas que estou curtindo intensamente nos últimos tempos. 

Para conquistar Matteus basta… Cozinhar uma comida bem gostosa, servir um drink bem servido e colocar um filme massa na televisão. 🙂

Fotos / Dir Artística @marciofariasfoto

Produção @lorrayneproenca

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