CAPA: O reinado de Igor Rickli na TV, palcos e vida real

O que faz de um homem ser um exemplo perante outros? Valores como respeito, cordialidade e gentileza infelizmente estão se tornando escassos hoje em dia. Mas ao conversar com o ator Igor Rickli, encerrou recentemente seu trabalho em “O Rico e Lázaro”, percebemos o quanto isso está latente em sua personalidade e estilo de vida. Ator de sucessos na TV e nos palcos, Igor segue sem deslumbres sua trajetória sempre observando e aprendendo com o outro. Inclusive com seu pequeno filho, que a cada dia traz um novo desafio. E de herança, valores nobres que aprendeu com seus pais e tenta transmitir para seu filho. Em nossa segunda matéria com Igor, percebe-se que ele é realmente um MENSCH de atitudes e coração.

Ao longo de sua carreira você tem interpretado personagens fortes, rei, milionário, sultão… e inclusive Jesus Cristo (no teatro). Parece que seu tipo agrada autores e diretores para esse tipo de papel. Como você vê isso? Minha mãe sempre falava que desde criança eu tinha mania de grandeza… (risos) Acho que sou intenso na vida… acabo atraindo os personagens mais carregados.

Dentre esses personagens boa parte vilão. É mais gostoso realmente interpretar um vilão? E qual o personagem dos sonhos? Gostoso, gostoso não é! É muito exaustivo defender o “errado” mas confesso que gosto bastante! Os vilões sempre tem conflitos mais fortes e geralmente são mais ricos para brincar. Não sonho com nenhum específico, mas quero os mais interessantes sempre!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Seu mais recente papel, Zac, em “O Rico e Lázaro”, possui um caráter duvidoso e você o defendeu como um ser humano que possui o bem e o mal dentro de si, como qualquer pessoa. Para você o que faz despertar mais um lado que outro? Acredito que se a gente não for bem nutrido de amor e cuidado desde criança temos todos o potencial pra se tornar “do mal”. Zac tinha muita dor guardada. Ferida aberta. Rancor. Isso é muito próximo de nós. Se não souber tratar, mata!

Como pai que base você procura e quer dar a seu filho para que ele saiba fazer as escolhas certas? Procuro ensinar a importância do respeito e compaixão. Com esses dois ingredientes ele pode ir longe onde quer que escolha ir.

Ainda sobre “O Rico e Lázaro”, a história fala de escolhas e redenção. Qual a importância de se contar uma história com esses valores nos dias de hoje? É fundamental se falar de escolhas. Ainda mais hoje que temos MUITAS opções, informações, pessoas e possibilidades. Procuro pensar sempre no que é mais agregador para o coletivo e como ser eficiente nesse todo! Sei que soa ingênuo… mas gosto desse caminho. Não faço nada sozinho, sempre preciso do outro e é para o outro que trabalho.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A humanidade está evoluindo tecnologicamente e retrocedendo como ser humano? Você concorda? Concordo que estamos transformando. E essa reforma provoca desordem e caos. Acho que é um processo natural. Não me assusta mais ver o ponto que chegamos, até por que acho que vai piorar. Mas acredito que a mudança começa em mim. Se quero ver a diferença, tento SER a diferença.

Você parece ser um homem muito tranquilo e fiel aos valores sólidos de família, amizade e respeito ao próximo. De onde vem isso e como faz para manter isso ativo? Gosto muito de observar. Tudo. As pessoas, situações enfim… isso me ajuda a perceber o outro. Nessa loucura que estamos, poder enxergar o outro é um privilégio. Amo ter amigos e aprendo muito com eles. Com os problemas deles. E faço questão de não esconder os meus… quanto mais verdadeiros, mais fácil fica passar por esse furacão!

Na teoria das redes sociais o povo ou se mostra muito raivoso ou com muita compaixão. Mas na vida real nem sempre corresponde. Como você enxerga isso? Muita ideologia e pouca ação. É muito fácil usar uma rede social pra expressar uma ideia onde todos podem ver. Me interessa é o que FAÇO na vida real, em casa, no trabalho. Gosto da ideia de que “seja o exemplo”. Não tô falando que é fácil… mas aos menos tento!

Ser pai mudou em que na sua vida? Existe um Igor antes e depois de ser pai? Sem dúvida! Perdi o papel de protagonista da minha vida e passei pra coadjuvante e tô amando esse papel… (risos)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Você fez sua estreia em novelas na Globo, em “Flor do Caribe”, depois passou para Record, já passou por teatro musical e cinema. Que apanhado geral faz da sua trajetória como ator? Que ainda tenho muito chão pra chegar onde quero chegar, mas de verdade, estou curtindo muito esse caminho, ouvindo um som incrível no último volume e rodeado de pessoas que amo! Estou feliz onde e como estou.

Cantar ainda é sua praia ou só para o trabalho no teatro? Que importância a música tem na sua vida? Só pra teatro. Não sinto como A MINHA praia.

Falando em teatro, Jesus… Como foi interpretar Jesus na Paixão de Cristo de Nova Jerusalém por dois anos? Quem acompanhou de perto viu como foi emocionante pra mim… até hoje ainda não acredito no que vivi lá e ainda me emociono com aquela experiência. Foi uma das coisas mais LINDAS que conheci e vivenciei. Sentia muito conectado com a história e o público. E foi uma bela troca. Que vai deixar um buraco de saudade pra sempre!

E nas horas vagas Igor, o que mais curte fazer? Gosto de cuidar da casa… arrumar o que quebrou, ou trocar o que já não cabe mais. Mas adoro receber amigos em casa, beber vinho e dar muita risada!

Você se considera um cara vaidoso? Quando isso desperta em você? Sou. Inevitavelmente. Tento controlar pra não ficar refém de um ego ou vaidade. Me cuido para me sentir bem… mas sempre respeito o limite do que é saudável.

O que mais admira nas mulheres? Onde elas te encantam? Na contradição da força com a leveza! Sem dúvida são mais evoluídas que nós (risos) e vejo como estamos lascados nas mãos delas por termos tolhido essa força durante TANTO tempo. Respeito o feminino e reconheço ele no homem também. E te digo mais… um homem tem que ser muito macho pra reconhecer isso. (risos)

Quais os próximos passos depois de “O Rico e Lázaro”? Só Deus sabe… agora estou de férias e quero aproveitá-las ao máximo por que sei que será breve!