CAPA: A talentosa e simpática escritora Thalita Rebouças nos conquista sem fazer esforço

Vocês vão concordar comigo, mas tem algo mais sexy que uma mulher inteligente que dificilmente titubeia em responder uma pergunta mais íntima ou não se intimida em fazer um comentário sincero e sensato? Isso é Thalita Rebouças! Que muita gente só conhece dos livros infanto-juvenil, mas aqui ela solta o verbo e fala tudo que precisamos ouvir (ou melhor, ler). E ainda mais, sempre bem humorada e divertida. Essa é pra casar no ato! Bem, melhor do que ficar lendo essa introdução é passar logo a palavra para a querida Thalita… Depois mande flores e a chame para dançar. Ela vai adorar!

É verdade que você conquista qualquer interlocutor, de qualquer idade, em apenas cinco minutos de conversa? (segundo a orelha do livro “Adulto sem filtro”) A que se deve isso? Eu nasci assim, eu cresci assim, e sou sempre assim, vou ser sempre assim (risos). Olha, quem fez a orelha foi o Maurício Lima e confesso que essa parte me deixou especialmente feliz. Acho conquistar uma palavra forte, mas muita gente diz que gosta de mim de cara. Acredito que isso se deve ao meu bom humor, gosto de fazer rir, de falar bobagem, sou palhaça. Em pouco tempo eu viro melhor amiga de infância de qualquer pessoa. Viro mesmo (risos)

 

E como acontece o contrário? Quando Thalita é conquistada assim tão rápido? Existe essa possibilidade? O que facilitaria? Ah, simpatia e bom humor me conquistam na hora. Não suporto gente que não ri, gente que se leva muito a sério me dá até uma certa irritação.

Você é um sucesso entre o público infanto-juvenil, sendo uma das maiores escritoras hoje em dia. Quais as dificuldades e “facilidades” em trabalhar com esse público jovem? O que te atrai? Nenhuma dificuldade. Todo mundo acha adolescente meio chato, mas eu acho eles uma delícia. Sinceros, sem máscaras. Como ainda têm a criança muito próxima e não são adultos, tem o melhor de cada mundo numa personalidade só. Têm pureza, ingenuidade, alegria e são intensos. Adoro a intensidade deles. Quando amam, amam de verdade, quando sofrem, choram dias, quando abraçam são os melhores abraçadores do mundo. Sou fã deles. Sem contar que me acho privilegiada fazer companhia para eles numa fase tão complicada (com tantas espinhas, amores platônicos, dúvidas e escolhas).

Por outro lado já pensou em escrever temas mais densos para o público mais adulto? Mais densos? Não. Gosto de fazer rir. Meus livros são leves como eu. O “Adultos Sem Filtro” e “Outras Crônicas” é lido por gente de todas as idades que me diz que passa vergonha ao rir alto em lugares e transportes públicos com minhas histórias. Sou a favor do riso e da leveza, do humor e da ironia para lidar com o dia a dia.

 

Quando você analisa sua trajetória de sucesso com 18 livros, peças, filmes e ser uma das escritoras de maior sucesso no país. Chegou lá?! O que falta realizar? Agora que fiz 40 anos minha trajetória me emociona mais ainda. São 15 anos de carreira e batalhei muito para conseguir tudo. E jamais sonhei, no meu melhor sonho, com tudo o que a literatura me deu: peças, filmes, jogo de tabuleiro, quadro na televisão… Olho para trás e me orgulho de cada segundo que passei em livrarias, sábados e domingos. Meus amigos estavam na praia e eu passava o dia em livrarias (de Nova Iguaçu ao Leme, da Barra da Tijuca a São Gonçalo) abordando quem entrava para apresentar meu trabalho. Às vezes ficava cinco horas no lugar e vendia dois exemplares. Pesei em desistir muitas vezes, mas persisti. Que bom. Porque tenho o maior orgulho da minha história. Se tivesse tudo caído do céu não seria tão bonito e não me emocionaria tanto.

Como você se sente contribuindo para que os jovens de hoje, e posteriormente os adultos de amanhã, leiam mais? O brasileiro ler pouco por que? O que falta? Comparado com outros países, o Brasil lê muito pouco mesmo. Mas isso está mudando. Quando comecei a moda era não ler. Hoje os adolescentes têm vergonha de dizer que não têm o hábito da leitura. A coisa vem mudando, não se pode mais repetir a torto e a direito que jovem não lê. Eles leem, sim! Cada vez mais! E devem ser incentivados não só na escola, mas principalmente dentro de casa. Se um pai percebe que o filho é louco por futebol, que tal passar a presenteá-lo com livros sobre o tema? O mesmo no caso de um casal que tem um rebento apaixonado por moda. O gosto pela leitura vem quando o adolescente e o pré-adolescente lê uma história com a qual ele se identifica. Dar livros meus também dá certo! (risos) Parece propaganda mas é fato: muita gente me diz que passou a gostar de ler por minha causa. Quer coisa mais bacana que isso?

 

Falando em conquista… você conquistou esse público jovem, mas aposto que já teve muito mais gente de olho na bela escritora de olhos verdes. Já teve que se livrar de alguma cantada inconveniente? E falando nisso, existe alguma cantada infalível? Meus leitores são muito respeitosos comigo. Sempre. Poucas as vezes que passei por algumas saias justas com pais. Lembro uma vez que um pai me perguntou, todo sedutor, se o autógrafo não vinha com o telefone. A filha morreu de vergonha, mandou um Fala sério, pai! e saiu marchando! (risos) Cantada infalível? A que me faz rir.

Se você fosse escrever um livro do tipo “Fala sério, homem!”, quais seriam os temas mais abordados? Futebol, espelho, roupa, unhas dos pés (tem que cortar, simples assim), tampa da privada (qual o problema em abaixá-la, meu Deus?). Pochete é proibida do guarda-roupa, nossas celulites têm que ser sempre invisíveis para vocês, a resposta para “Amor, eu estou gorda?” não pode ser “você está uma delícia!”. Tem que ser “você está deliciosamente magra. Magra e gostosa”. Com ênfase no gostosa. É isso que a gente quer ouvir, povo! (muitos risos). Acho que seria um livro mais ou menos por aí.

O que os homens ainda não aprenderam sobre as mulher? E o contrário, o que elas não aprenderam sobre eles? Que a gente quando estiver muito irritada é melhor sair de perto. Faz as contas, percebe se estamos na TPM e vaza! Concorda com tudo que o clima choroso e a chatice amarga acabam em poucos dias. A gente ainda não aprendeu que homem não gosta de DR. E sabe por quê? Porque é cansativo! Mulheres não sabem ser sucintas nessas horas. Ah! Acho que a melhor frase que define homens e mulheres é: “homem é bobo; mulher é chata”.

 

Falar tanto de relacionamentos entre pais filhos, casais de namorados e amizades, te ajudaram na sua vida pessoal de alguma forma? Não sei. Taí… Nunca tinha parado para pensar nisso. Mas escrever com certeza me ajuda a ser uma pessoa melhor, porque é a coisa que mais me deixa feliz.

Essas fotos revelam uma Thalita que talvez muita gente não conheça. Como foi para você posar para essas fotos e se ver mais sexy? É estranho fazer foto séria, fazer carão… Eu sou moleca, estou sempre rindo… De repente tenho que acreditar que sou um mulherão e fingir que sou modelo. Adorei brincar disso! Não existe mulher feia, existe luz e fotógrafos ruins! (risos) Sério, a equipe toda foi maravilhosa e me deixou super à vontade. Não me considero sexy, mas olhando as fotos… Acho que me pegaria fácil, sabia? (risos)

Se fosse dar dicas para os homens mais velhinhos (dos 30 pra lá) quais você daria para a hora da paquera, da conquista e do primeiro encontro? Depois dos 30 não tem mais que fazer joguinho, que fazer o romântico se não for, de interpretar um papel que não existe na vida real. Com a idade vem a maturidade e temos que usá-la a nosso favor.

Que tipo de leitura não sai da sua cabeceira? E o que faz sua cabeça na hora de ouvir e ver algo? Gosto de todo tipo de leitura. De romances cabeçudos a best-sellers e biografias. Adoro biografia. Com música sou assim também. Vou de Chico a Beach Boys, de Beatles a Lenine, de Cássia Eller a Chuck Berry. E gosto muito de conhecer coisas novas, e de dançar. Adoro dançar.

 

O que podemos esperar de Thalita nos próximos meses? O que vem por aí? Dois livros (“Um Ano Inesquecível”, que assino com Babi Dewet, Bruno Vieira e Paula Pimenta, e “Fala Sério, Irmão/ Irmã!”), ambos lançados em agosto, viagens para lançar esses livros, uma web série, um canal no You Tube, quatro filmes a caminho e uma peça, todos baseados em livros meus.  Acho que só. Tá bom, né?  🙂

 

Foto Jeff Segenreich

 

Styling Ana Santiago
Beauty Emanuelle Souza
Direção criativa Marco Antonio Ferraz

 

Thalita veste: Look 1 – vestido Amabilis, sobretudo Gatabakana, sapato Ateen; Look 2 – colete Karl Lagerfeld e short Zara; Look 3 –  casaco Calvin Klein; Look 4 – maiô Nidas, sapato Ateen; Look 5 – Armani e saia H&M; Look 6 – body Nidas, colete Forever 21, saia Zibba; Look 7 – casaco EVA, calça Calvin Klein, sapato Arezzo.