ENTREVISTA: DANIEL HAIDAR E IRON NO TEATRO

O ator e cantor, Daniel Haidar, graduado da Escola de Teatro da UNIRIO, frequentou o Teatro O Tablado por quatro anos, formado em Teatro Musical pelo CEFTEM/RJ, foi do elenco de “Malhação – Viva a Diferença”, vencedora do Emmy Kids, e em “Verdades Secretas 2”, de Walcyr Carrasco. No streaming, Daniel está no elenco da série “DOM”, como o agroboy Nôzinho, na Prime Vídeo. Atualmente, ele é uma das estrelas do supermusical, “Iron – O Homem da Máscara de Ferro”, o novo projeto do consagrado diretor Ulysses Cruz, onde ele interpreta o mocinho, o Raoul, filho de um dos três mosqueteiros, o Athos e que viverá um triângulo amoroso com Louise de La Vallière, vivida por Yara Charry e Luís XIV, vivido por Tiago Barbosa. O espetáculo tem uma pegada imersiva, ultra original, onde os espectadores interagem e imergem no universo desses personagens. A peça narra a história dos Três Mosqueteiros que buscam substituir o Rei Luís XIV, por seu irmão gêmeo Phillipe.

Você participou de Malhação e de Verdades Secretas. Um público adolescente e outro adulto. Você se considera um ator versátil? Bom, a versatilidade de um ator se prova a cada novo projeto. Um personagem é sempre um universo único e requer uma preparação específica. Quanto aos públicos, desde o início da minha carreira o teatro me cobrou essa pluralidade. Fiz espetáculos infanto-juvenis, musicais, dramas, tragédias… a minha busca é pelas melhores ferramentas para fazer meu personagem ser compreendido e assim me comunicar.

Qual o papel na TV ou no cinema que seria desafiador na sua carreira? Um papel que eu lesse e, de primeira, pensasse “tá, acho que eu não consigo fazer isso.”

Na série DOM, você faz um agroboy com muitos segredos e viciado. Como você se preparou para viver um viciado? Pesquisei muito sobre o ciclo da cocaína, sobre o mercado, os usuários, para entender a dimensão desse cara que faz parte de uma família tão atuante nesse mundo. Nesse personagem, procurei entender porque esse cara começou a usar e nisso encontrei a fragilidade de quem busca nos aditivos uma fuga, um poder. Na série, Nôzinho aparece em algumas cenas sob o efeito da droga e o roteiro do Fabio Mendes me norteou com clareza. Tinha muitas ações que mostravam que esse cara não estava “no seu normal”. 

Isso tudo em parceria com o Breno Silveira, showrunner do DOM, que tocou tudo com maestria. Já era a segunda temporada de uma série que gira em torno disso e ele nos conduziu por um caminho de muito respeito. 

No teatro você protagonizou o espetáculo “Isso que é amor”, com as músicas de Luan Santana. Você já era fã do cantor, já sabia as músicas? Como foi seu encontro com ele? Já sabia todas as músicas, mas a responsa de interpretá-las para um público tão apaixonado quanto o do Luan deu um grande frio na barriga. Nossos encontros foram sempre muito leves e de muita admiração. Adoro o trabalho do Luan e ele se sentiu muito contemplado com a homenagem.

Você já participou de grandes musicais como, “Clube da Esquina”, a vida de Milton Nascimento, “Merlin E Arthur – Ao Som de Raul Seixas” e “Romeu+Julieta – Ao Som de Marisa Monte”. O que o teatro musical representa na sua vida? O teatro musical na minha vida é meu primeiro jeito de fazer arte. Faço teatro musical desde que comecei a estudar lá em São Luís do Maranhão. Sou um apaixonado pelo gênero e pelo poder único de juntar artes tão poderosas. Tive a felicidade de encontrar em meu caminho diretores e diretoras inquietos por fazer espetáculos que atravessem as plateias.

Por falar em musical, você toca algum instrumento? Toco sim! Meus fortes são violão, guitarra e cavaco. Mas a música para mim tem um lugar de diversão muito gostoso. Tiro som do que me der, seja baixo, bateria, pandeiro… Agora estou estudando piano e retomando meu violão para projetos que estão por vir.

Atualmente, você vive no  supermusical, mocinho, o Raoul, filho de um dos três mosqueteiros, o Athos, o novo projeto do consagrado diretor Ulysses Cruz, “Iron – O Homem da Máscara de Ferro”. Conte-nos mais sobre esse novo trabalho? É um projeto muito inovador. Ulysses Cruz, nosso diretor, me convidou para viver o Raoul, esse jovem apaixonado que é enviado para guerra de forma desonesta pelo Rei Luís XIV. Viver isso já seria uma jornada intensa, agora fazer isso tudo em uma eletro-ópera interativa? É uma loucura, mas tá sendo uma delícia. O espetáculo, que está em cartaz lá no 033 Rooftop, em São Paulo, (que é um espaço delicioso, e que eu sempre namorei para estar em cartaz, diga-se de passagem) coloca o público junto de nós, atores e atrizes. Em pé e andando a plateia vai nos ajudando a mexer nos cenários, eles dançam e cantam junto, suspiram, comentam. Foi um processo intenso para orquestrar isso tudo, junto com a direção, nossa coreógrafa e diretora associada Bárbara Guerra e nosso diretor residente Johnny Camollese, mas chegamos a uma verdadeira simbiose entre as personagens e o público. As pessoas embarcam no universo de um Dumas-balada! A história ficou famosa com o filme do Di Caprio, que viveu os gêmeos protagonistas no cinema, mas Ulysses pegou a obra clássica de Alexandre Dumas e deu sua assinatura própria junto com nosso compositor Elton Towersey. Pode ir esperando a história do Dumas, mas com um olhar bem diferente.

O que uma pessoa deve ter mais conquistar você? Ter um bom papo. Poder conversar sobre tudo com alguém é um privilégio de poucos. Ah, e talento… tenho um fraco por talento.

Como você cuida da beleza e da saúde? Minha saúde começa pela minha cabeça. Além da sagrada terapia, mantenho sempre minha família perto, apesar da distância, faço questão de ter momentos para mim e procuro estar sempre fazendo uma atividade física. Isso me faz muito bem. Na beleza, tenho cuidado bastante do meu cabelo que, graças ao Raoul do Iron, agora está enorme. E eu descobri que cabelo ondulado grande é um ser vivo que requer muita atenção.

O que você gosta de fazer nas horas de lazer? Depende muito da fase. Tô numa fase bem cinéfilo e de festa. Mas também amo encontrar amigos para um café, um vinho, colocar o papo em dia… jogar uns jogos. Só de falar já me deu vontade de marcar uma noite assim.

Fotos Sucre

Stylist Jessica Arnhold

Assessoria de imprensa Julyana Caldas Agenciamento Dell Santos