ESTRELA: DANI GONDIM ESQUENTA O ‘BAKE OFF BRASIL’

Para quem não conhecia a trajetória de Dani Gondim (@danigondim1) até aqui, o Bake Off Brasil apresentou o seu lado doce dessa bela mulher cheia de façanhas. Nascida em Fortaleza, logo cedo Dani ganhou o mundo desfilando pelas passarelas de grandes grifes internacionais e estampou diversas publicações. Com a visibilidade que foi ganhando ao longo do tempo e seu desejo de se desafiar ainda mais, começou atuar como atriz e naturalmente foi crescendo o seu desempenho nas redes sociais. Atualmente como finalista no Bake Off Brasil, Dani nos fisgou de vez. E o resultado como vocês podem ver é essa bela capa e essa deliciosa entrevista.

Dani, de Fortaleza para o mundo. Quando começou essa jornada? Nem lembro quando a arte entrou na minha vida, acho que sempre esteve, acho que sempre fui artista, o que talvez tenha demorado um pouco mais foi o entendimento de que isso, para quem cresceu em um ambiente familiar mais “convencional” poderia ser uma profissão. Tive todas as oportunidades de fazer teatro, canto, dança, circo… Tudo que engloba esse universo, ainda muito jovem, mas sempre em uma ótica de lazer. Aos 10/11 anos fiz minha primeira peça adulta profissional apresentada durante os fins de semana com quase todo o elenco adulto e aos 12/13, ingressei na carreira de modelo com exposição nacional e internacional. Desde esse período fui conciliando junto com meus pais a dinâmica dos estudos tradicionais em Fortaleza e trabalhando nas férias principalmente no trecho Rio/São Paulo. 

Recapitulando… você começou a trabalhar como modelo, depois estreou como atriz e por tabela, influencer que terminou na final do Bake Off Brasil. Esse era o plano ou as coisas foram acontecendo…? (risos) Como modelo, sim, como atriz, também, a parte da influencer fica por conta de vocês (risos), não me considero apta para trabalhar como influenciadora, apesar de amar compartilhar o que acho bacana para nossa vida em sociedade com meus seguidores. Sobre o plano, sempre foi trabalhar com o que me fazia feliz trazendo orgulho para minha família apesar de, muitas vezes, nem saber direito o que seria isso. Tive a sorte de poder continuar estudando nas áreas artísticas, além do estudo tradicional em todos esses períodos e isso abriu muito meu leque de possibilidades.

No seu trabalho como modelo sentiu algum preconceito por ser nordestina ou não ser tão magra? Alguma pressão nestes dois sentidos? Por ser nordestina só trabalhando no Nordeste, para o resto do mundo isso nunca foi uma questão. Sobre a pressão estética ela existiu e perdura por quase toda a minha carreira e isso deixa traços que são difíceis de superar na vida adulta. É estranho, com o conhecimento que tenho hoje, achar que por algum momento, meu corpo que é naturalmente magro, não foi visto dessa forma. Tem uma distorção de imagem que, por muitos anos, perdurou na indústria e, a meu ver, está tentando com todas as forças retornar agora. Uma pena. 

Já se sentiu subjugada por conta da beleza? Como encara e supera esse tipo de coisa? Dizem que em menos de um segundo formamos uma opinião sobre o outro sem que este tenha dito uma única palavra. São lembranças de nossas bagagens que nos “ajudam” (ou atrapalham) a formar nossos preconceitos e, assim como vários perfis estéticos, o meu também teve suas caricaturas. Como eu disse, logo na primeira resposta, tenho uma família mais convencional. Passei a vida inteira em universos diferentes do meu e isso, além de me proporcionar diversos olhares sobre a mesma coisa, ainda me entregou uma base mais firme para receber esse tipo de julgamento externo. Sorte a minha e azar de quem perde a oportunidade de me enxergar além da casca.

Você começou na moda muito cedo, aos 13 anos, de lá para cá as marcas e conceitos do que é beleza, elegância e estilo mudaram muito. O que mais te surpreende ou surpreendeu nessa trajetória? Perceber que por mais que se transformem, tudo é cíclico. Os estereótipos voltam repaginados, mas voltam. Isso ao mesmo tempo que é incrível, é meio assustador quando percebemos que não é a inclusão que move essas mudanças, é o próprio mercado que nos conduz a acreditar que hoje isso é belo, amanhã já pode não ser.

A inclusão de tipos que fogem do padrão no mundo da moda é uma mudança real ou mais uma forma de se mostrar atual? Acho que é essa a contradição. Quem seria o padrão quando olhamos para nosso povo? Falando só de Brasil que se divide em tantas camadas, tantas belezas distintas, qual é o padrão de cada estado que define esse país tão largo? Que venha a moda de corpos felizes, saudáveis, com gente que ama, que sente, que dança. E isso vem como uma crítica pessoal também. Só quando eu parar de limitar a existência do outro dizendo o que é belo ou não, eu vou me libertar de julgar o meu próprio corpo que deveria servir a mim e não o contrário. 

Por muito tempo o sotaque carioca ou paulista era o que definia o destino de um ator ou atriz. No audiovisual você percebe essa inclusão de fato? Nordestinos, negros, plus size… de fato tem tido mais oportunidades? Mais oportunidades sim, acho que o próximo passo é tentarmos fugir dos estereótipos entendendo que todos nós, com todas as belezas, sotaques e corpos podemos estar em todos os locais da atuação; exercendo diferentes profissões, sendo vilões, mocinhos, amantes, esportistas e tudo que a arte puder nos proporcionar.

E como foi para você estrear como cantora e compositora , já que no curta “Nuvens de Chantilly” além de atuar tem música sua na trilha sonora do filme? Pretende investir mais fortemente na carreira de cantora? Eu componho músicas e poesias há muito tempo, mas nunca me senti segura para apostar nesse caminho. O nosso diretor comentou em uma das reuniões de elenco que queria uma música autoral. Guardei essa informação e fiquei com aquela fisgada no peito. Eu amo compor (e cantar no chuveiro). Com ajuda do meu amigo Marcinho (Márcio Augusto), cantor profissional, fizemos nossa música também intitulada “Nuvens de chantilly” e apresentamos à equipe do filme. Imagina a minha alegria quando aprovaram e colocaram a nossa poesia na trilha sonora. Ainda estou sem acreditar. Acho que só vendo nas telonas que a ficha vai oficialmente cair. Não sei se tenho capacidade de ser cantora profissional, mas que foi energizante abraçar essa veia da arte, isso foi. Já temos mais duas composições no forno. Ansiosa para ver como será a reação do público, pois cada uma tem um balançar muito diferente da outra. 

Falando em chantilly… como tem sido os desafios do Bake Off Brasil. Já era bem familiarizada com os doces ou esse talento surgiu ao longo do programa? Sempre curti a cozinha. Gosto de cuidar dos meus e, na cozinha, podemos criar pequenos abraços em forma de pão quentinho. Mas nunca tinha feito nada na confeitaria. Quando recebi o convite do programa meu lado perfeccionista demorou para acreditar que eu seria capaz e, depois do sim, minha colega confeiteira, Bruna Marinho foi perturbada diariamente por mim. Eu queria saber o nome de cada objeto da confeitaria, queria entender como os produtos se comportavam, como era o passo a passo para a construção de um bolo perfeito. Claro que, com nosso curto tempo, muita coisa foi deixada de lado na hora das criações, mas ter essa noção me deu uma base para entrar na tenda do Bake off Brasil um pouco menos desesperada (adoraria falar “segura”, mas seria uma ilusão. Todos os dias tinha borboletas no estômago na subida da rampa que dá acesso à tenda).

O que é mais desafiador e gostoso de participar de uma disputa como essa do Bake Off? O mais desafiador é lidar com as inseguranças, com a falta de controle sobre o que está sendo gravado. Além de perfeccionista, me percebo controladora e fazer algo que não tenho domínio na frente das câmeras me mostrando constantemente em estado de exaustão e tensão da competição imposta era desesperador. A coisa mais deliciosa foi me ver cercada de gente tão apaixonante. Cada um com suas virtudes foi um encanto trabalhar com essas pessoas. Dos bastidores ao elenco, a produção do programa, todos essenciais para fazer esse grande espetáculo. Eu não queria que ninguém saísse. Uma choradeira angustiante cada vez que um colega era eliminado. 

Qual seu pecado irresistível? A gula. Eu gosto de comer sentindo cada mordida e apreciando o prato. Sou sempre a última a terminar uma refeição.

O final de semana perfeito tem que ter… Família (amor) 

Até onde a vaidade te preenche? Do que não abre mão e qual seu limite? Minha vaidade diária dificilmente ultrapassa meu conforto. Com duas exceções: trabalho e algum evento “do outro”. Ex.: um casamento, um aniversário, sou cuidadosa para entender o que as pessoas que idealizaram essa celebração querem dos convidados e tento me vestir sempre de acordo. 

Para conquistar Dani basta… Cuidar dos meus. Ver meus amados serem cuidados com gentileza e respeito ganha meu coração. Abrindo o leque incluiria: gosto de gente que cuida de gente, gente divertida que se coloca no lugar do outro, que quer crescer junto.

Fotos Luís Morais (@luismoraisfoto)

Direção Criativa CAIXE Criação (@caixe.criacao)
Beleza Juarez Souza (@juarezsouzamkp)
Styling Pri Afio (@pri_afio)
Assistência Massandro Pereira + Renata Sampaio + Erik Douglas (@erikesdouglasof @massandropereira @renatasampaio___)
Locação Icaraizinho de Amontada – Ceará (@pousadacafezapata)

Agenciamento @dnartagencia @luizjlobo

Assessoria @natashasteinassessoria