MUSA: DUDA CASTRO – CONQUISTANDO A AMÉRICA (E NÓS AQUI!)

O autoconhecimento transformou a modelo Duda Castro radicalmente. Da época de colégio onde sofria bullying até um casamento traumatizante e as barreiras em ser aceita em um país que não é o seu só fortaleceram quem é a Duda Castro hoje em dia. Nossa musa largou o Brasil e foi para os EUA. A ideia era treinar misses na passarela e por acaso do destino terminou ela virando Miss (Brasil Mundo). Sua forma de encarar os obstáculos da vida transformando-os em conquistas deram a ela cada vez mais garra para agarrar novas oportunidades. Morando em Los Angeles atualmente, Duda hoje é uma influencer que trata sua função com responsabilidade e cuidado. Atua tanto em causas sociais como em ações como o “Clube House” que em breve irá reunir influencers brasileiros e americanos. Ou seja, essa Duda vai longe!

Duda como foi sair de São Paulo e ganhar o mundo através do seu trabalho de modelo? Eu desde muito nova sempre fui apaixonada pela arte! Mudando de um país para o outro inúmeras vezes acabou dificultando a minha forma de expressão, então por muitas vezes eu me expressava pela arte em si; uma música, um texto… Eu manifestei muito a vida que tenho hoje. Muitas pessoas duvidaram de mim. Na percepção delas eu não tinha capacidade o suficiente para me formar no exterior ou ter uma carreira internacional, mas com o apoio da minha família, amigos e claro, dos meus fãs, eu consegui passar por cima de tudo e lutar pelo o que eu tanto queria. As pessoas acabam vendo este mundo que vivo como algo extremamente distante, mas tudo e possível com esforço, foco, paciência, compaixão, determinação e disciplina. Sou extremamente grata e espero conseguir incentivar o próximo através das minhas plataformas, a nunca desistir. 

Você chegou a trabalhar como modelo nos EUA depois do “Miss Brasil Mundo” em 2010. Como essa vitrine do trabalho de Miss abriu portas para você? Acredita que fui contratada para treinar as Misses a andar na passarela? O convite para eu participar aconteceu muito de última hora. Jamais eu pensei que ganharia, principalmente pela minha altura. Nunca gostei de concursos do tipo, não me sinto bem competindo com outra mulher, mas o Miss me fez perder o medo de ir atrás de coisas que deixei de fazer por insegurança e achar não ser boa o suficiente. E foi neste momento de compreensão que a minha vida mudou radicalmente.

Você sempre teve facilidade em falar espanhol e inglês. O quanto isso te ajudou no trabalho ao chegar nos EUA? Deu pra sentir menos preconceito? O preconceito não vem da quantidade de línguas que você fala, mas sim do caráter do outro. Sofri muito no começo por ser latina e vir de uma família humilde. Porém os obstáculos apenas me fortaleceram, e quanto mais bullying eu sofria mais forte eu ficava, mais dedicada eu queria ser. Sou muito grata a tudo que passei… Eu aprendi tudo o que nunca devo ser e de uma certa forma me ajudou a fazer escolhas melhores em relação ao próximo. 

Da época do colégio quando sofreu bullying você tirou lições importantes. Quais delas levou para a vida? A minha maior lição, sem dúvidas, foi a auto aceitação. Por mais difícil que seja lidar com o bullying em si, aprender a se amar com todas as suas virtudes e falhas não é uma das lições mais fáceis. Ter compaixão por si próprio é parte fundamental de uma vida feliz. E sabe qual e o lado mais lindo da auto aceitação? O resultado dela na vida das outras pessoas que estão ao nosso lado.

Independente da opinião alheia, eu tive que conhecer os meus pontos fortes e fracos e aceitar que ambos existem. Tive que aprender a lhe dar com os meus limites e potencialidades de maneira leve e pacífica dentro de mim mesma. Com o autoconhecimento, todos os ataques que vinham de fora começaram a ser mais fáceis de lidar, pois dentro de si você sabe e enxerga que o próximo, aquele que o ataca, pode estar sofrendo algum tipo de insegurança também e por isso da sua atitude.

Você terminou servindo de referência para outros jovens que passaram (ou passam) por situações parecidas. Que importância tem para você e como atua? Meu objetivo é criar um legado e inspirar, especialmente as mulheres ao redor do mundo, a compreender o poder do amor próprio, da disciplina e de como elas são capazes de fazer qualquer coisa em que se empenhem (especialmente as coisas que a sociedade “reserva” apenas para os homens). Quero continuar usando as minhas plataformas para inspirar a união social. Juntos somos mais fortes, juntos a gente tem o poder de mudar uma história, juntos podemos transformar o mundo.

Como influencer nas redes sociais, o que consome e o que acha relevante expor? Procuro consumir apenas o que me faz bem e me traz reflexão. Sou muito estudiosa então procuro sempre me atualizar em todos os assuntos, principalmente a assuntos do meu ramo. Não me considero uma pessoa privada, eu exponho praticamente toda a minha vida com a intuição de servir de exemplo ao próximo, tanto nos erros quanto nos acertos ao longo da vida. 

O que você daria like? Dou um like sem pensar duas vezes em toda ação social e/ou ao ato que de forma direta ou indireta mostra ou ensina compaixão e empatia ao próximo. 

E o que cancelaria atualmente? Cancelaria sem pensar duas vezes a “cultura do cancelamento”. Se realmente queremos ver mudança no próximo, humilha-lo publicamente não o levará ao aprendizado. Nós, como sociedade, muitas vezes nos recuamos no momento de aceitar a mudança genuína do outro, sem pensar o quão errado também somos. A rejeição do processo de crescimento e evolução do próximo muitas vezes pode tirar o valor daquilo que nos torna humano.

Seu casamento e divórcio foram experiências marcantes e traumatizante. Que lição ficou disso? “Dê tempo ao tempo”. Sempre fui uma pessoa muito intensa, com um sonho de encontrar um príncipe e viver felizes para sempre, assim como nos filmes hollywoodianos. Durante um tempo na vida, criamos a ilusão de que conhecemos as pessoas, mas o que sabemos realmente é muito pouco. Mesmo o próprio ser muitas vezes não se conhece. Então dê o tempo adequado as coisas, não pule etapas… Se for pra ser, SERÁ!

Linda e prestes a fazer 30 anos, como é seu nível de vaidade hoje em dia em relação há 20 anos? Como lida com o espelho? Quando o nossa fonte de realização está apenas na aparência física, a relação com o espelho torna-se uma relação de uma certa forma doentia. Por um longo período de tempo briguei muito com o espelho! Aos meus 20 anos me sentia fora do tal padrão que a sociedade tanto pregava, eu e o tal espelho tivemos inúmeras brigas (risos). Mas ao passar do tempo aprendi que só quem gosta se si como um todo, consegue gostar de si fisicamente. Claro que sem deixar a minha saúde física de lado, foco mais no meu interior; mente e espirito reflete 101% no seu físico. 

Em tempos normais onde é mais fácil te encontrar, numa balada à noite, na praia com os amigos ou em passeios mais culturais? Depende muito do meu estado de espirito! Eu sou uma pessoa extremamente caseira. Mesmo não parecendo para muitos por viver este lifestyle Hollywoodiano. Mas não posso negar que adoro uma baladinha de vez em quando.

O que um cara precisa ter/ser para chamar sua atenção? Ficou mais exigente em que? Exigência vem com a maturidade, com o tempo! Hoje em dia eu pratico muito o amor próprio, então caráter acompanhado de um sorriso perfeito virou algo essencial.  Para chamar a minha atenção ele precisa caprichar na troca de olhares, me fazer rir e ainda mostrar seu lado intelectual. 

Você parece ser muito sedutora. Verdade? Na paquera o que te seduz e que “armas” usa? Oh yeah! O jogo da sedução pra mim vem acompanhado da conexão que crio com a pessoa. A sedução te oferece a chance para você conhecer o próximo da forma mais íntima possível, o que pode te fazer até conhecer mais sobre si mesmo. O que me seduz? Mistério! Que armas uso? A minha intelectualidade com uma bela lingerie. 

O que te coloca um sorriso no rosto? E o que te tira do sério? Tirar um sorriso meu não e difícil, sou uma pessoa leve e fácil de lidar, mas confesso que gosto de ser surpreendida. Para me tirar do sério basta ser desorganizado, não ter metas e não respeitar meus limites. 

Como seria um final de semana perfeito? O final de semana pra mim é um momento sagrado para descansar, refletir e renovar as energias para a nova semana que está por vir. Desligar do mundo virtual pra mim acaba sendo algo fundamental, até mesmo para o meu processo de criação. Quer me ver extremamente realizada? Alugar um chalezinho no meio do nada além de natureza, um bom vinho, vinyls folk, livros e quanto menos roupa melhor!

Para conquistar Duda basta…  Me deixar confortável para ser eu mesma respeitando meus momentos de solitude e entender que a minha intensidade faz parte do meu ser. 

Para encerrar, como anda o projeto do Club House? O que vem por ai? Nunca me senti tão realizada profissionalmente! A Club House me abraçou de uma forma surreal. Durante a pandemia criei a primeira mansão que receberá influenciadores/artistas brasileiros e americanos nos Estados Unidos, tornando-se a casa irmã da “The Club House Beverly Hills”. E além disso, eu estou extremamente focada no boxing e nos preparativos para iniciar as gravações do meu reality show. Paralelamente, pretendo filmar e produzir meu documentário sobre o infame “American dream” e como superei um relacionamento abusivo e a depressão enquanto estava sob os olhos do público. Sou extremamente grata a Deus e a cada oportunidade! Minha vida este ano mudou da água para o vinho e não poderia estar mais feliz.

Hair Richard Grant @richardnormangrant

Stylist Ari Tavelman @arimichaelt

Makeup artist Bryan Ramirez @thesavaage

Photographer Esli Avila @esliavila

Colaboração Club House @theclubhousebh & Alpha House @thealphahouse

Assessoria @rlassessoria