ENTREVISTA: YURI RIBEIRO NOS PALCOS SOBRE AMOR, MACHISMO E COMPAIXÃO

Inquieto, criativo e altamente apaixonado por ser ator Yuri Ribeiro, vive um momento único na sua carreira com a peça “Vou Deixar de Ser Feliz, Por Medo de Ficar Triste?”. Sucesso de público e de crítica, ao lado da sua amada Yuri segue falando de amor e a chance que temos de viver a experiência que quisermos independente da opinião pública. Movido a paixão, Yuri segue neste novo ano com muitos projetos, de vida e trabalho, sempre pregando o que acredita acima de tudo. O papo com a MENSCH foi ótimo e rendeu grandes momentos. Confira abaixo e aprenda a feliz por medo de ficar triste.

Yuri como é falar de amor (e ser sucesso) numa época de extremos? Fico muito feliz que nossa história de amor e humor tenha feito sucesso, e ainda vamos além do teatro. Estamos trabalhando para isso. Vamos nos espalhar pelas plataformas. Acredito que o sucesso também se deve ao fato de que as pessoas querem ver algo que dê esperança, e não mais e mais desgraça, pois isso já veem ao abrir a janela, seja da casa, do celular, do carro ou da tv. Falar de amor numa época de extremos é uma obrigação. E falar de forma onírica torna a viagem ainda mais encantadora. Quando escolhemos, Claudia Wildberger e eu, fazermos o “Vou Deixar de Ser Feliz, Por Medo de Ficar Triste?” era porque necessitávamos. Nossa existência pedia isso. É além de amor. É sobre coragem, preconceito, mudar de opinião, se livrar das convicções. É sobre a fluidez da existência humana e a chance que temos de viver a experiência que quisermos independente da opinião pública. Os outros são os outros, e se o que eu faço não fere seus direitos, que se danem seus pensamentos sórdidos, suas abordagens capitalistas da relação amorosa e suas tradições.  As pessoas estão se digladiando na vida real, a rotina está um caos, os chefes de Estado estão validando com seus discursos agressivos, opressores e “conservadores” comportamentos preconceituosos, racistas e retrógrados.

Obviamente é necessário tratar desses assuntos na arte, e entendo que existem artistas preparadas para isso e o fazem na nossa trincheira-palco. Eu não sou o mais preparado, cresci achando que política não se discutia. Só aprendi que sim, nos últimos anos. Discutir é necessário, mas experimento expor algumas ideias a esse respeito no stand-Up.  Esse posicionamento extremista tá deixando tudo à flor da pele. Os monstros saíram de casa. Tenho visto muita gente achando que dar opinião sobre tudo e criticar a todo instante tem alguma utilidade. Imagino que sentem que estão fazendo algo pela sociedade, mas as vezes só estão falando algo sobre a sociedade. Às vezes eu acho que as pessoas só querem falar de uma coisa ou outra, para se sentirem úteis, pois estão à procura de um motivo para existir.  Quando decidimos nos inspirar em nossa relação, queríamos ser úteis, queríamos que nossa história servisse para que outras pessoas pensassem sobre suas liberdades.  Falo de amor porque quero descobrir o que ele é. Eu não sei o que é exatamente, nem sei se é possível saber. Acredito que o extremismo deixou as pessoas no mood “luta pela sobrevivência” num mundo em que falar e lacrar é mais importante que ouvir, pensar e discutir de forma saudável. Pra nós, como cidadãos, levantar nossas bandeiras nos faz criar ou encontrar um lugar de pertencimento nesse mundo. Para o mercado somos nichos para anúncios de produtos.

A peça “Vou deixar de ser feliz por medo de ficar triste?” é um sucesso de público e crítica. A que se deve isso? Como você avalia esse resultado? Imagine que quando pensamos em fazer a peça queríamos falar sobre o que mexia com o nosso íntimo. Acho que nenhum artista cria sem ter doído e as pessoas se identificam com isso. E o sucesso é o resultado da alquimia do encontro de artistas extremamente sensíveis que em algum lugar foram tocados pela história. Trabalhamos 3 anos desde a ideia até estrearmos o espetáculo. Nesse tempo o texto amadureceu, ao mesmo tempo em que eu amadurecia, fizemos leituras, tive feedback de artistas como Marcos Caruso, Alexandra Richter, Vitor Garcia Peralta e Júlia Lordello. Quando o texto já estava bem mais maduro encontramos Jorge Farjalla, que trouxe uma ideia de encenação arrebatadora. Não sei te dizer o motivo exato pelo qual tivemos sucesso, mas sermos incansáveis ajudou bastante.

A diferença de idade por incrível que pareça ainda é algo polêmico hoje em dia. Principalmente quando se trata de um homem mais jovem do que a mulher. Como você avalia isso? É um resquício de machismo impregnado? O mundo é machista. Absolutamente machista. E extremamente mercadológico, muitas relações são medidas como se fossem uma troca comercial.  E nesse mundo-mercado a pouca idade feminina é uma moeda valiosa, e o homem mais experiente é também uma moeda valorizada no mercado. Quando um homem mais velho está com uma mulher muito mais jovem é como se ele tivesse investido numa empresa que as ações estivessem crescendo muito, ele tem capital e pode investir. Pensam, “ele banca ela” e isso não necessariamente e dito de maneira pejorativa. A idade dele é símbolo de experiência, e espera-se que ele tenha sucesso financeiro e se ele tem nada mais importa. E quando uma mulher mais velha está com um homem muito mais jovem a lógica se inverte. A idade dela é uma ação desvalorizada. “Ela está carente”, “ela precisa disso”, até quando dizem que ela é poderosa atribuem características masculinas a elas “ela é muito macho alfa”, “ela é forte, durona” “ela é mais homem que ele.” O homem menos experiente nessa realidade é um passivo de mal gosto que está apenas cobrindo um buraco ou se aproveitando da carência dela. “Ela precisa bancar ele”, agora com uma abordagem pejorativa. Mas ele continua “pegador” por estar com ela, e ela mais uma vez é diminuída. O machismo é estruturado, e para corrigir isso vai levar muito tempo. Mas enquanto pudermos fazer arte e discutir sobre os nossos conflitos, vale a pena viver.

Evoluímos em muitos aspectos, mas hoje em dia regredimos no que condiz em relação às diferenças, seja de idade, raça, preferência sexual ou mesmo de forma de pensar. A seu ver por que isso é tão forte hoje em dia? Durante muitos anos existia uma certa cortina de fumaça sobre os nossos preconceitos, havia algum pudor para se falar certas barbaridades. Normalmente elas ficavam nas festa de família e nas mesas de bar. Com a institucionalização do ódio às diferenças, proposta pelos discursos políticos/religiosos, mundo a fora os pensamentos mais sórdidos vieram à tona.

Para um Estado corrupto, ou seja, qualquer um, é interessante criar motivos pelos quais a sociedade discuta, se ocupe e se dívida. Quanto mais estivermos divididos e discutindo sobre assuntos como “homem veste azul e mulher vermelho” ou tentando definir como o outro deveria agir com base na minha forma heteronormativa patriarcal de ver o mundo, mais tempo eles tem para fazer suas manobras por debaixo dos panos. Enquanto isso estaremos memetizando as imbecilidades que eles produzem para fazer o circo pegar fogo.

A peça é inspirada no romance entre você e Claudia. Como foi essa adaptação? Como separar a intimidade do que o grande público pode ter acesso? Na ideia original, era uma sequência de esquetes reais, passagens da nossa vida como casal. Iniciando com o momento em que um garçom sugere que Claudia está me bancando, ou é minha mãe, no momento foi constrangedor, mas depois fizemos comédia com isso. Era muito real. Com o tempo encontramos a melhor forma de tratar a peça. Ela seria Livremente Inspirada na história de Claudia e Yuri, usando essa relação como pano de fundo para tratar de assuntos inerentes aos medos que temos… medo de mudar o rumo, de arriscar uma relação fora do padrão, medo de se expor, medo do que vão dizer, medo do preconceito, medo, medo, medo. Vivemos com medo. Após concordarmos sobre essa ideia, abriu espaço para realmente desenvolvermos uma dramaturgia. O público jamais vai saber exatamente o que é real na peça. Mas adianto que muita coisa é.

Mas o que importa não é a veracidade ou não dos fatos, mas sim que a história toca o coração e o humor das pessoas. Diversos modelos de casais vieram falar conosco sobre como se sentiram representados na obra. A ideia geral é que idade são apenas números. Os conflitos vão muito além da idade. Eles são sobre seres humanos. Se relacionar não é fácil. E ao mesmo tempo é necessário. A peça não segue ao pé da letra a nossa vida real, se fosse assim agora teríamos que encena-la com os personagens separados, tentando construir uma relação de amizade. Essa é a vida real de hoje. Ressignificamos nossa relação. Transformamos. Eu e Claudia estamos aprendendo a nos relacionar de outra forma.

Você é um cara multifacetado, ator, locutor, humorista, apresentador… Sempre foi assim? Como descobriu essa veia artística? Sempre fui assim? Quando criança adorava uma câmera. Mas minha irmã também, e hoje ela é cirurgiã plástica. Então isso não quer dizer muita coisa. (risos)… ou sim… posso dizer que ela é uma artista plástica e eu um artista dos palcos… (risos) Acho que eu descobri que queria ser artista porque eu queria ser o mundo inteiro. Eu queria ser um jogador de futebol, médico, dono de uma churrascaria, funcionário público que alugasse umas casinhas para viver de renda e investir na bolsa. Eu queria tudo que meus familiares diziam para eu querer. Eu não tinha muita opinião.

Mas eu era engraçado, bonitinho, gordinho, magrinho, gordinho, magrinho e assim até hoje. E adorava fazer vozes. A minha primeira voz, hoje em dia ganhou personagem no meu repertório e se chama Seu Orélio é um velhinho prafrentex. Descobri essa voz debochando da minha irmã mais velha. Mas o que me fez decidir fazer teatro foi descobrir muito cedo o que eu não queria fazer. Quando eu falei para os meus pais que eu queria ser ator, rapidamente eles arranjaram uma solução. “Sugeriram” que eu fizesse um curso técnico para garantir o meu futuro, já que eu estava perdido na vida. – Pfu… teatro… não leva ninguém a lugar nenhum.  Vá fazer um curso técnico em informática. Odiei fazer informática, mas já que eu não estudava mais numa escola paga pelos meus pais, eles também não poderiam mais escolher o que eu faria da minha vida. Essa era minha lógica.

Na escola técnica entrei para o grupo de teatro fundado na época pela enfermeira Mylena Wermuth, Paulo Vieira (humorista), e seu padrinho Dairo Santos. Ali eu comecei a ter alguma opinião, a olhar o mundo através dos olhos dos personagens, comecei a me interessar de fato por arte, comecei a ouvir música. Aos 15 anos fiz uma apresentação num teatro enorme em Brasília representando nossa escola, aquilo me fez ferver por dentro. Ali eu decidi, vou ser isso na vida – ATOR.

Me tornei apresentador de um programa na minha cidade, por acidente. Veio a equipe técnica fazer uma matéria sobre o dia dos namorados na floricultura em que eu era gerente aos 18 anos. Marcaram a equipe técnica (câmera e áudio) mas esqueceram de marcar a apresentadora.  Que sorte a minha. Naquele dia eu me tornei apresentador e na semana seguinte fui contratado. Naquela época eu pensei “se deu certo por acaso, imagina se eu estudar isso.”

Assim, aos 19, vim para o RJ. E veja como tudo tem um motivo de ser… fui hospedado por uma professora de química(Marilza) que me deu aula na Escola Técnica em Palmas. Uma segunda mãe na vida. Ingressei na CAL – Casa Das Artes de Laranjeiras, em paralelo fiz curso técnico no Senac – Locutor, Apresentador e Animador de programa de Auditório. Trabalhei em diversas funções no teatro e fora dele. Fui técnico de som, luz, contrarregra, panfleteiro, operador de canhão. Fui sombra, aquele palhaço de cara branca e preta, animando fila de boate na barra da Tijuca, fui estátua viva, garçom e fiz uma infinidade de eventos, sempre lidando com muitas pessoas diferentes e conhecendo muitas histórias de vida. Me descobri escritor de teatro com o “Vou Deixar de Ser Feliz, Por Medo de Ficar Triste?”. Sou apresentador no canal Futura. Hoje em dia trabalho bastante como mestre de cerimônias em eventos corporativos e iniciei minha carreira como palestrante. Meu último movimento foi me jogar no StandUp, e sigo me experimentando na vida. Quero aprender a cantar de verdade, cantar no palco com uma banda. Isso meche comigo. Me dá arrepio ver pessoas cantando.

O que te provoca a querer fazer mais? O que a arte faz por você? Eu sou hiperativo e vivo começando um novo texto… desde uma conversa comendo uma pizza com um morador de rua, à um encontro sofisticado com um Alguém movimentando uma taça de espumante em círculos enquanto diz que não deveria existir cota para negros. Sendo branco e rico. Tudo que me incomoda me faz querer fazer arte. Seja poesia, teatro, música. Artisticamente falando, eu tenho vontade de discutir questões relacionadas a convivência humana, discutir os padrões, desconstruir tabus. Hoje tenho desejo de falar sobre o quanto o machismo agride também os homens. Quero falar sobre o que dói em mim, o que dói em você, mas quero falar, sempre que possível, através da comédia.

A vida já dá muitos motivos para chorar, quero ser motivo para rir. Chorar um pouquinho. Mas predominantemente rir. Mesmo que o assunto seja sério, acredito que seja possível rir e pensar sobre. Mas também não nego um riso gratuito, anestésico seguido de um bom chope e pizza. Também precisamos disso. A arte me mostra que existe uma infinidade de pontos de vista. Ela me ensina a ser generoso; olhar o outro porque aprendo a me importar com ele, e também porque observando o outro aprendo muito sobre atuar, sobre dramaturgia, sobre relações humanas… a arte me dá motivo para existir.

Estamos sempre em busca de um propósito e na arte eu entendi que o meu é me transformar positivamente através dela e proporcionar que outras pessoas façam o mesmo. Eu posso estar querendo chorar, desaparecer ou fugir do mundo, o palco sempre me salva. O palco cura minha dor física e emocional, cura minha febre, minha mágoa, minha raiva, o palco é meu trabalho, meu vício e meu lazer.  No palco eu posso ser rico recebendo pouco para o ser, e sem saber como vou pagar o próximo boleto. Principalmente, no palco posso ser criança, acreditar na fantasia e brincar de ser qualquer coisa.

Onde procura inspiração? Minha cabeça é muito confusa. Eu tenho uma tendência muito forte a viajar no meio de uma conversa muito longa. E não é falta de interesse, mas sim porque me interessei demais por um assunto que a pessoa propôs. Dali em diante minha cabeça fica num loop “vou escrever uma poesia sobre isso, hum… isso seria uma cena ótima… e por aí vai. Depois disso eu peço que a pessoa repita a parte que eu perdi. Dito isso. Minha inspiração vem de memórias, histórias de família, relações amorosas, diálogos cotidianos, problemas que as pessoas apresentam nas rodas de conversa.

A cada trabalho que eu me proponho a fazer, eu listo livros, filmes, séries e músicas relacionadas ao tema. Me alimento indiscriminadamente dessas referência, sem um método específico. E deixo a cabeça criar. Estou sempre indo ao teatro. Consumo de tudo. Peça cabeça que por vezes considero masturbação mental, já que a maioria da plateia não entende. E muitas vezes estou incluído nessa maioria.  Comédia romântica, musical de todos os tipos, prefiro os que não são franquias da Broadway. Show de humor de personagem. Gosto muito de StandUp contanto que não seja só sobre sexo, mulher, minha primeira vez e minha mãe. Desde que aprendi a ouvir música, ouço todos os dias, como se fosse um remédio. De lá saem ideias. Não tem ninguém específico que me inspira, ou que guia meus pensamentos. Muitas vezes nem eu mesmo.

Você acaba de voltar de uma turnê pelo Japão. As diferenças culturais de inspiram de que forma? O que traz na bagagem dessa viagem? As diferenças culturais me mostram o quanto eu sou pequeno. E me dão um desejo de conhecer mais e mais. Percebo quanto a minha opinião não vale nada se eu não conheço a realidade daquele sistema ao falar sobre ele. No Japão eu encontrei um silêncio que nunca vi igual, uma eficiência absurda e uma espécie de vício em trabalho.

Ganhei uns 5 quilos em 20 dias. Não tivemos muito tempo de conhecer o Japão de forma turística. Viajávamos muito, afinal era uma turnê em diversas cidades, porem vivíamos pegando estrada e quando chegávamos no local da apresentação entrávamos no teatro as 9 da manhã e saiamos as 23 horas. Além dos teatros, conhecemos alguns mercados de usados que são enormes, casas de jogos e esportes, vários restaurantes. Fomos a dois templos Budistas. Tivemos a experiência de estar muito próximo ao Taifu o maior tornado esperado pelo Japão. Não indico a ninguém essa última.

As diferenças culturais dão graça a vida, me fazem exercitar a empatia. É através delas que eu realmente aprendo a me colocar no lugar do outro sendo o outro. Tentar ver o mundo como cada um vê. Essa viagem certamente é um marco na minha vida. Ela reforçou a ideia de que ter uma tribo, no meu caso, um grupo de Teatro – Os Trágicos, faz toda a diferença. Nós nos completamos, sempre estamos trabalhando para o grupo, cada um tem uma habilidade específica que se multiplica no coletivo. Um de nós conseguiu patrocínio para temporada no Rio de Janeiro, outro nos levou para o festival de Fortaleza, festival de Barroso- MG, duas vezes o grupo foi ao Festival de teatro BRICS na Rússia e o último nos levou pra o Japão… somos muitos trabalhando em prol do grupo, um pelo outro. Lá eu vi o quanto podemos ser apreciados. Fomos ovacionadas com nossos espetáculos. Existe um Brasil no Japão, são mais de 230 mil. Os brasileiros que moram lá se apaixonaram pelo nosso teatro. Voltamos muito felizes. Quero levar o “Vou Deixar” e qualquer outra coisa que eu fizer para lá. Me apaixonei pelo Japão. Em tempo. Aprendi palavras me japonês suficientes para conseguir montar a luz do espetáculo no Japão, já que essa era uma das minhas responsabilidades.

Seu próximo projeto é a série “As Filhas de Eva”. Dá para adiantar um pouco o que vem por aí? Sim, meu próximo projeto é Filhas de Eva. Posso adiantar que já começamos as gravações no Rio e estou muito feliz. Li todos os capítulos da série e gostei muito. Teremos um elenco de peso com uma direção fantástica! É um presente voltar da turnê pelo Japão e emendar na série.

E na hora de relaxar, o que faz sua cabeça? Muitas vezes acho que quando relaxo estou perdendo tempo. Isso eu devo resolver com a terapeuta. Mas quando eu me permito, sem culpa, gosto de relaxar na “caixinha do nada”, “caixinha vazia” enquanto simplesmente olho o céu, o teto, o mar e deixo o pensamento fluir da maneira que ele quiser. Dessa forma eu consigo descobrir o que eu quero de fato. Fazer nada de tempos em tempos é importantíssimo pra mim, já que me considero viciado em trabalho e muitas vezes não sei a hora de parar, nem de dizer não. Gosto de jogar futevôlei mas quase nunca vou, gosto de cacheira mas nunca fui a uma no Rio de Janeiro, gosto de praia mas prefiro quando está nublado normalmente. Jogar mímica com os amigos. Gosto de relaxar começando a ver uma série que não vou acabar ou lendo um livro novo que provavelmente vai me acompanhar por todos os espaços vazios das filas de espera e deslocamentos. Mas uma coisa que nunca falta… toda a semana é aquele barzinho com os amigos, geralmente depois do teatro.

Quais os planos para 2020? Em 2020 tem 4 filmes para entrar no circuito: “Breves miragens de sol” de Erick Rocha, “Às sete dores de Maria” de Pedro Varella, “Veneza” de Miguel Falabella, “A Volta” de Ronaldo Uzeda. Um completamente diferente do outro. Isso me anima muito. Precisa caber na agenda os seguintes itens:

  1. Turnê do “Vou Deixar de Ser Feliz, Por Medo de Ficar Triste?” pelo Brasil e temporada São Paulo. E estamos trabalhando no roteiro pra série e longa metragem;
  2. Quero comemorar meus 10 anos de Rio de Janeiro com um evento artístico, e pretendo cantar e fazer StandUp nesse evento. O StandUp tem mexido cada vez mais comigo;
  3. Turnê pelo Japão, com um novo espetáculo d’Os Trágicos com direção de Adriana Maia;
  4. Lançar mais dois livros, o de poesias “Pedaços de Mim” e o livro da minha palestra – “Dirigindo a Própria Vida.”;
  5. Possibilidade de participar de um canal de humor no YouTube;
  6. Estou me aperfeiçoando no inglês para poder fazer testes nesse idioma em 2020;
  7. Escrever um monólogo sobre o quanto o machismo prejudica os homens;
  8. Aprimorar minhas habilidades musicais;
  9. Fazer terapia;

Se vai dar tempo? Talvez eu precise de terapia e Coach pra aprender a fazer escolhas. Mas eu quero tudo aqui e agora. Cinco horas de sono são suficientes. Acredito que vou conseguir.