ESTRELA: KLARA CASTANHO BEM À VONTADE EM CASA

Quando o grande público conheceu Klara Castanho ela estava com 7 anos e vivia o drama de Rafaela, a filha perdida do personagem de Paolla Oliveira em “Viver a Vida”. De lá pra cá Klara, hoje com 19 anos, a cada novo trabalho foi conquistando o público e mostrando que seu talento a podia levar longe. Não era mais uma criança prodígio surgindo na TV. Esse talento a levou para cantar no “PopStar” e para as telas de cinema, este ano ela segue com duas estreias na telona. Enquanto segue seus dias em casa, Klara posou para as lentes da mãe (o resultado você confere aqui), estuda e planeja os próximos passos. E nós, continuamos de olho sempre a espera do próximo trabalho.

Esse ano você completa 20 anos e 14 anos de carreira. Como você avalia sua trajetória até aqui? Eu tive a possibilidade de contar diferentes histórias, para diferentes públicos, e ainda estou muito longe de onde almejo estar. Eu comecei muito cedo, então 14 anos tem bastante peso se for colocar em comparação com a minha idade, mas acredito que um ator se renova e aprende com o tempo, e com a vivência, então mesmo conhecendo muito o que já passou, sei que tenho muito o que aprender. Eu jamais cogitaria não seguir essa carreira pro resto da minha vida. Eu me sinto extremamente realizada e grata pelo que passou e espero ansiosamente os 14, 28, 42 anos que estão pela frente.


Você cresceu diante do público através de seus trabalhos na TV. Como foi isso para você? Abriu mão de que e ganhou em que?
Foi natural e divertido. Estar em cena era como estar brincando com meus amigos, mesmo eles sendo mais velhos e grandes nomes da TV brasileira (risos). Nunca me foi imposto estar ali, e eu sempre fui genuinamente feliz. Eu não acredito muito na ideia de que eu tenha perdido algo, eu acredito que as coisas aconteceram de forma diferente na minha vida. Enquanto minhas amigas iam à praia tomar sol, eu ia a praia gravar uma cena, ou tinha menos tempo livre aos finais de semana. De novo, eu brincava de ser atriz, então brinquei muito minha infância inteira. Em relação a ganhar algo, eu amadureci mais cedo, e entendi o valor do trabalho antes do “normal”. Eu passei a ter e entender as responsabilidades muito cedo, então a maturidade veio acompanhando.

Quem te viu menina e hoje te vê uma mulher deve até estranhar. Já percebeu isso no contato com o público? Alguns ainda te veem como aquela menina da novela?
Já, muito. As pessoas não acostumaram com a ideia de que eu cresci, mas aconteceu (risos). Ainda recebo muitos comentários de pessoas que me veem em fotos recentes e se surpreendem com o quanto eu mudei, ou cresci desde o último registro que elas tem de mim.

Esse ensaio meio que quebra um pouco essa divisão entre a menina e a mulher por ter uma discreta sensualidade. Como você percebe isso? Eu acredito que a sensualidade é uma coisa relativa, e antes de mais nada, natural. Eu jamais tentei forçar ou enfiar goela abaixo das pessoas que “agora eu sou mulher e posso sim ser sensual”, mas acredito que os conceitos se transformam, sejam eles de poses, comportamento, fala… Tudo aconteceu da forma mais orgânica possível na minha vida, e isso não seria diferente. Eu tenho quase 20 anos, e me sinto muito à vontade em encarar diferentes facetas ou histórias. Mais ainda, sinto que meu corpo é uma tela em branco para as histórias que ainda contarei.

Por sinal essas fotos foram feitas em sua casa né isso? Conta um pouco como surgiu a ideia e como foi posar mais à vontade? Foram sim, eu tenho a sorte de ter uma mãe que não era, mas se tornou minha fotógrafa exclusiva, e conversando com a minha equipe, vimos que eu não tinha feito nada parecido até hoje. As fotos são sucintas e delicadas, mas mostram uma vertente que não tinha registro. Eu e minha mãe nos divertimos muito nesses momentos e adoramos ver o que conseguimos fazer com o celular.

Na TV, há pouco tempo você passou pelo PopStar e surpreendeu muita gente cantando. Como foi a experiência? Pretende seguir com esse dom? Extremamente enriquecedora. O “Popstar” me deu uma segurança pessoal indescritível. Estar em um palco, e ainda sendo julgada por profissionais tão qualificados, não é nada fácil, ainda mais sendo em rede nacional. Eu sempre gostei de cantar, e sempre estudei para isso, acredito que seja um complemento na carreira de atriz, e nada do que eu me proponha a fazer, eu faço pela metade, então se existem novas possibilidades, e eu me sinto minimamente capaz de encará-las, lá eu estarei.

Como a música entrou na sua vida e até onde ela te leva? Eu cresci no meio artístico, então vi de tudo um pouco, sempre soube todas as aberturas de séries que eu assistia quando criança e sempre gostei de cantarolar. Com o passar dos anos, alguns trabalhos pediam que ela estivesse mais presente, então decidi estudar, não só o canto, mas alguns instrumentos, como piano e violão, por exemplo.

Saindo da TV e indo para o cinema, este ano você vem com participações em dois filmes, “DPA 3 – Uma Aventura no Fim do Mundo” e “Galeria do Futuro”. O que pode nos contar desses dois trabalhos? Bom, os dois são projetos completamente diferentes. O “DPA”, é voltado para o público infanto-juvenil e tem desde transformação em cobra, a viagem ao fim do mundo. Fomos até Ushuaia gravar, em setembro de 2019, e vivi coisas incríveis. O “Galeria do Futuro” foi gravado em São Paulo, e é uma comédia nacional, que eu vivo uma universitária displicente. Gravei os dois basicamente ao mesmo tempo, e a experiência de contar histórias completamente diferentes ao mesmo tempo foi enriquecedora!

Espera mais na frente encarar personagens mais dramáticos, uma vilã ou uma personagem mais sexy? Qual seu desejo como atriz? O que te desafia mais? Espero viver de tudo um pouco. Eu acredito que tenho muitas possibilidades pela frente, viver uma vilã, agora mais velha, é um grande sonho. Uma personagem mais sexy é absolutamente uma vertente que eu quero explorar. Meu desejo como atriz é experimentar de tudo um pouco, mas nesse momento, se é para almejar, desejar, eu vou pedir alto (risos): uma protagonista de novela das 21h. Mas deixa eu explicar o motivo. Por incrível que pareça, eu acredito que personagens com personalidades muito boas, são as mais difíceis de viver. As nuances tem de ser feitas com muito cuidado pra que não caia em um estereótipo banal.



Coloca em prática ainda hoje algo que você aprendeu na sua estreia como atriz ainda criança? A observação e aprendi a não levar roteiros comigo para o set. Eu sei que ainda tenho muito a aprender e ouço atenta a todos e cada um dos conselhos que ouço. Absorvo tudo que vejo e coloco em prática aquilo que acredito ser o mais condizente com a minha personalidade ou com o que desejo para mim. Em relação a levar os roteiros comigo, acredito que seja um detalhe que faça toda diferença. Aprendi isso na minha primeira novela, e com isso sempre me sinto mais segura em relação aos textos, por ter estudado o suficiente para me sentir pronta ao estar longe dele.

Em tempos de isolamento social como tem ocupado seu tempo? Tenho procurado me manter ativa. Estudando idiomas, práticas físicas, lendo livros que estavam guardados, retomando projetos que precisavam ser aperfeiçoados, criando outros e principalmente respeitando meu psicológico. Nem sempre são duas fáceis ou estou disposta a abraçar tudo que tenho a fazer, e agora o que não nos falta é tempo, então respiro fundo e observo o que entendo ser o certo a fazer.

O que te inspira nesse momento?
A fé. Eu sempre fui extremamente ligada a Deus, e acredito é o que me mantém sã.


É muito vaidosa? Como lida com o espelho? Sou vaidosa, e tenho períodos. Agora, estando tanto em casa, posso dizer que teria que responder isso diariamente. Tem dias que acordo e preciso passar nem que seja um corretivo para me sentir eu mesma. E digo o mesmo em relação ao espelho, é um processo diário. Tenho meus momentos de passar horas analisando e entendendo o que gosto, o que gostaria de mudar, e tenho momentos de passar rápido por ele e só analisar o necessário (risos).

Em tempos “normais” o que faz sua cabeça na hora de relaxar? Do que sente mais falta? Eu gosto de ficar sozinha, respirar fundo, lavar meus cabelos, que é quando me sinto mais limpa, colocar uma música tranquila, deitar e só existir por algum tempo. Sinto que me conecto comigo mesma e consigo tomar decisões ou organizar meus pensamentos de forma mais tranquila. Sinto falta do toque, de abraçar, beijar e estar perto das pessoas que eu amo, principalmente dos meus avós.

Te tivesse que escolher um pecado, qual o seu “preferido”? Eu jamais diria que é o meu preferido, mas o que eu mais lido, e luto contra é a preguiça. Não deixo me atrapalhar, mas luto muito para deixar o “depois eu faço”, “já já eu faço”, “deixa para amanhã”, por preguiça de lado.

Para conquistar Klara basta…
Bastam algumas coisas na verdade (risos). Ter uma boa relação com a família, respeitar meu trabalho e minha liberdade e a mim, claro. Além de ter aquela ambição do bem, sabe?! Jamais conseguiria me dar bem, ou ter algum tipo de envolvimento emocional com alguém que não pensasse e projetasse um futuro, seja ele a curto ou longo prazo.