CAPA: Paulo Ricardo de volta para novas rotações com CD, show e TV

O cantor Paulo Ricardo guarda para sempre em seu DNA roqueiro a fama e as realizações da banda RPM. Foram revoluções por minuto literalmente que deixaram marcas no público brasileiro e no artista. Talvez por essa memória afetiva e o talento de Paulo comprovado em inúmeros sucessos faça com que ele nunca perca seu espaço cativo. E Paulo sabe se reinventar. Tanto que aos seus 53 anos continua jovem e com vontade de fazer muito mais. Prova disso é que ele está de volta com novo disco, novo show, participou de mais uma temporada do Superstar e se tornou pai novamente. Prova que ele segue com todo o gás para novas revoluções, sejam na música ou na vida pessoal.

Recentemente você foi pai novamente. Paulo Ricardo, o pai, como é? Quais as dificuldades e medos na educação dos seus filhos? E quais sonhos deseja para eles? Adoro crianças, e sempre procurei preservar minha criança interna. Sou um pai babão e meus filhos me dão uma alegria e uma energia imensas. Educação é tudo, mas a escola é responsável por apenas 20% da formação das crianças, os outros 80% vêm de casa. Procuro estar sempre calmo e amoroso e mesmo as broncas são dadas com muito carinho. Quero se sejam felizes, que se sintam amados e seguros. O resto é com eles e seus próprios sonhos.

Quem é esse “novo eu” do Paulo Ricardo? É como um carro: a gente faz algumas mudanças no design, algumas evoluções tecnológicas, mas procura manter os elementos clássicos, com os quais o público se identifica.

Depois de 10 anos sem lançar um disco solo, chegou ao público o “Novo Álbum”. E o que esperar desse trabalho? O que ele traz de diferente do que estamos acostumados? É a busca da essência, do refinamento da linguagem, da excelência. É a experiência aliada à curiosidade, à condição de fazer coisas que sempre quis fazer, de um modo diferente. Gravamos como os Beatles e os Stones, ao vivo no estúdio. Sempre fui um fã do soul e do blues, do gospel, e nesse trabalho consegui transitar por esse território, sem perder os toques de eletrônica que sempre marcaram meu estilo.


Mesmo depois de muito tempo e de projetos solos, o seu nome ainda está muito vinculado ao RPM, ao “olhar 43”. Como se sente em relação a isso? A gente costuma brincar que toda banda tem o seu “Satisfaction”, seu grande hit. O nosso é “Olhar 43”. E o RPM continua em atividade, paralelo à minha carreira solo. Tudo em perfeita harmonia. É o melhor dos mundos.

O que costuma assistir e quais suas preferências no mundo audiovisual? Vivemos a maior crise da história do Brasil, então tenho estado constantemente ligado ao noticiário. Confesso que estou atrasado em relação aos muitos filmes que gostaria de assistir. Também procuro estar em dia com o que acontece no mundo da música, dos videoclipes e festivais, e das artes plásticas, da computação gráfica e das novas mídias. Estamos no meio de uma revolução tecnológica e não podemos nos dar ao luxo de perder o passo das mudanças radicais e interessantíssimas que estão acontecendo à nossa volta, em todas as áreas. Tudo pode mudar a qualquer momento e as coisas perdem a relevância num piscar de olhos. É preciso estar atento e forte!

Ainda sobre TV, conta um pouco da experiência no “Superstar”. Qual o peso de avaliar os músicos? É uma honra e uma enorme responsabilidade. São profissionais de enorme talento e estamos ali pra ajudar. Todos ali são vencedores.

A presença de músicos consagrados julgando músicos “buscando seu lugar ao sol” pode trazer um nervosismo que atrapalhe a apresentação? Considera isso na hora de julgar? Sim, penso muito no que vou falar para que, mesmo elogioso, o comentário seja consistente e acrescente algo à trajetória da banda, buscando referências, contextualizando as apresentações. Além disso, hoje, com a internet, as coisas repercutem muito e qualquer erro assume proporções catastróficas. É um perigo! Sem falar nos “haters” e nos fãs histéricos, que não admitem críticas aos seus “ídolos”.

As mídias sociais vêm dando espaço e voz a um número cada vez maior de pessoas (muitas despreparadas para certos assuntos), além de promover muita exposição. Como lida com esse espaço tão democrático e por vezes anárquico? Pra falar a verdade, não dou muita importância. Há muitos “fakes“, compra de “likes”, etc. É uma democracia relativa. Às vezes é muito barulho por nada. É como disse Umberto Eco, “na internet o imbecil pode falar sobre tudo que não sabe”.

 

O Brasil anda carente de rock de verdade? Você, como incentivador dele, como vê a cena atual, tomada de sertanejo e funk? O que temos de novo (bom) nesse cenário? Sim, o rock está em baixa. Mas o SuperStar vem fazendo um grande trabalho na descoberta de novas bandas. Mas estou sempre atento, adoro música pop e todo gênero tem algo de bom pra mostrar. O tempo é o fiel da balança. Quem tem qualidade, fica.

Como foi fotografar no centro de SP, no meio do povo, e tocar com o povo na rua…? Adoro o centro, adoro andar pelas ruas, estar em contato com o público e descobrir belezas arquitetônicas ocultas pelo descaso e a pobreza das grandes cidades. O Angelo (o fotógrafo) é um grande artista, amigo de longa data e é sempre um prazer trabalhar com ele e sua equipe. Foi divertidíssimo!

O que podemos esperar do “Novo Show” e o que mais vem por aí? É o melhor momento de minha carreira, uma super produção e uma super banda. Além do “Novo Álbum”, faço todos os sucessos do RPM e da carreira solo, além de homenagear Cazuza, Renato Russo e David Bowie. É uma grande viagem!

 

Fotos Angelo Pastorello
Realização Ju Hirschmann
Estilo Renata Tamelini
Beleza Renata Rubiniak

CRÉDITOS
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