ESTRELA: A VOLTA DE DANIELLA SARAHYBA

Referência de beleza há muitos anos, Daniella Sarahyba surgiu ainda muito nova nas passarelas e capas de revista. Logo se tornou um desejo coletivo e ganhou o mundo entre desfiles e campanhas publicitárias. Com uma trajetória de sucesso, Daniella está voltando à carreira depois de um intervalo de sete anos, quando ela esteve se dedicando à família. Para marcar este retorno, Daniella vai atender a um pedido antigo de seus seguidores no Instagram e lançar um canal no Youtube, em abril. A primeira temporada do canal terá oito episódios, mostrando um pouco da rotina de Daniella, com dicas de beleza, bem-estar e também um tom social, já que a modelo é madrinha do Inca Voluntário há 12 anos. Além disso, Daniella estrela a campanha de outono/inverno da marca de sapatos Mr. Cat. E para celebrar tudo isso, uma matéria exclusiva aqui na MENSCH.

Daniella é verdade que sua primeira capa de revista foi aos 3 dias de vida, nos braços da sua mãe para a revista “Pais & Filhos”? E de lá para cá não parou mais… Sim, é verdade! A minha mãe, Mara Lúcia Sarahyba, também foi modelo. Quando eu nasci, ela posou para capa da revista Pais & Filhos, quando eu tinha só três dias de vida. Até hoje eu guardo a capa da revista em casa.

Profissionalmente sua carreira começou bem cedo. Hoje em dia olhando para trás mudaria algo nesse início? O que foi mais difícil e mais positivo? De fato, eu comecei a trabalhar muito cedo. Comecei a carreira aos 11 anos, em um concurso que se chamava “Dakota Look of The Year”, realizado, na época (1996), pelo Sérgio Matos, que hoje é dono de uma agência de modelos, no Rio. Não venci o concurso, mas acabei ganhando projeção. Logo comecei a fazer capas de revistas e não parei mais. Eu tinha um verdadeiro sonho de ser modelo e, por isso, o trabalho sempre foi algo que me fascinou. As dificuldades, é claro, existiram. Mas eu sinto que eu fiz tudo aquilo que deveria ter sido feito em seu tempo. Sou muito grata por toda sabedoria e maturidade que a minha carreira me deu.

Você vem uma geração de modelos que não tinha as redes sociais para se promover e fechar negócios. Como você avalia a profissão de modelo hoje em dia com esse acesso que a mídias sociais abriram? A indústria da moda, em geral, mudou muito de quando eu dei um intervalo na minha carreira até hoje. As redes sociais surgiram nesse período e nos apresentaram um novo mercado para consumir e também trabalhar. O acesso fácil à informação, por causa da internet, mudou a forma de pensar e ver a moda. E me deixa muito feliz, por exemplo, perceber o quanto o nosso mercado está abrindo, cada vez mais, espaço para a diversidade. Eu lembro que, quando comecei a minha carreira, era cobrada a estar magra e dentro de um padrão de beleza que não era o meu natural. Eu sofri durante um tempo. Hoje essa mentalidade em relação ao corpo vem mudando, no mundo da moda, e isso é ótimo, tanto para quem a consome quanto para quem vive dela. A mim cabe entender e me adaptar a esses novos espaços que surgem. É isso o que eu sempre busco.

No início da sua carreira o número de modelos que conseguiam visibilidade era bem menor que hoje em dia; O padrão de beleza também mudou muito. Como você enxerga isso? Como falei anteriormente, acho que nós só temos a ganhar. Eu digo isso em relação às mudanças de padrão que percebo ao meu redor. Fico animada ao ver o espaço que a moda vem dando para a diversidade, em vários aspectos. Isso mostra que tem uma parcela do mercado que está percebendo que a nossa sociedade é plural e vem trabalhando na tentativa de entender e atender esses públicos. Acredito, por exemplo, que a percepção de que a moda deve ter um propósito é positiva e só traz benefícios tanto ao mercado quanto às pessoas. E isso passa por várias questões: desde a discussão das roupas sem gênero, com tamanhos maiores, ou material ecológico, até os modelos que serão contratados para os desfiles e campanhas. Nós precisamos incentivar essas mudanças como algo positivo na moda.

Para você onde está a verdadeira beleza nesse mercado de moda e modelos? Essa definição mudou para você ao longo do tempo? Acredito que, hoje, a verdadeira beleza no mercado da moda está exatamente na busca por esse propósito que atenda à diversidade. Estar bonita, hoje, significa estar bem e feliz consigo mesma, da maneira que lhe convir. Quando eu era jovem, como falei, eu era cobrada, constantemente, a estar em um padrão de corpo que não era o meu. E eu sei que muitas meninas ainda vivem essa situação todos os dias. Isso não é legal! Demorou um tempo para eu entender que não precisava estar magra, linda e maravilhosa, sempre. Mas essa foi uma percepção que eu desenvolvi ao longo da vida. E isso não significa que não sou uma pessoa vaidosa. Eu amo me cuidar! Adoro fazer exercícios, me maquiar, mas faço isso porque eu gosto e porque eu quero. Não acho justo que as pessoas sejam cobradas ou julgadas por algo que elas não se sintam bem.

Desfiles, muito glamour, viagens… Chega um ponto que isso tudo cansa um pouco? Quando sentiu isso? E como você procurava um “respiro” desse universo? Eu tive uma carreira muito boa e que me possibilitou realizar vários sonhos. Conheci inúmeras pessoas legais e lugares incríveis. Conquistei minha independência cedo e isso foi fundamental na minha vida. Quando me casei, tive o privilégio de poder escolher me dedicar à minha família. Foi quando resolvi dar um tempo. Passei os últimos sete anos me dedicando ao meu marido, minhas filhas e meus projetos sociais. Isso me ajudou a dar esse respiro.

Inveja, ciúmes e disputa nesse meio. O que mais enfrentou e o que foi mais difícil de levar? Reagiria diferente em algum ponto hoje em dia? Eu sempre fui uma pessoa que praticou o bem e, talvez por isso, também sempre colhi o bem das pessoas. Construí relações verdadeiras e duradouras ao longo da minha carreira, com amigos e profissionais que convivo ou que trabalham comigo até hoje. Prefiro levar positividade, sempre, na minha vida.

Falando em viagens, desse tempo de modelo qual as mais marcantes? O que ainda falta? Amei Marrakesh e as Ilhas Maldivas. Mas ainda sonho em fazer um safári seguro, com Wolff e minhas filhas. Gostaria de ver os animais livres e soltos, na África. Coincidentemente, hoje, eu vi fotos incríveis da Índia e me deu muita vontade de conhecer, também.

Aos 34 anos, mãe de duas filhas, como manter o corpão? Que cuidados costuma ter? Eu pratico atividades físicas diariamente. Corro, faço musculação, jogo tênis, alongamento, yoga, entre outras coisas. Isso, obviamente, deixa o meu corpo mais enxuto. Porém, o mais importante, é o bem que isso faz para a minha saúde. Além disso, faço jejum intermitente, que ajuda a manter o meu peso.

Como é conciliar carreira, casamento e ser mãe? Seu maior desafio? As minhas filhas, Rafaela, de 4 anos, e Gabriela, de 8 anos, são as coisas mais importantes da minha vida! Eu e o Wolf temos uma admiração mútua e eu sou muito orgulhosa do que construímos juntos. E o trabalho, também, me deixa muito feliz. Por isso, eu sempre tento encontrar um equilíbrio para conciliar as coisas que me fazem bem. A vida é assim. O bom é que o trabalho de modelo é bastante flexível, então eu consigo ter muito tempo perto do meu marido e das minhas filhas. Até porque gosto delas debaixo das minhas asas (risos).

Soubemos que você hoje em dia é envolvida na luta contra o câncer, inclusive sendo madrinha do INCA. Como começou esse trabalho e como funciona? O que cada um pode fazer para ajudar nisso? Eu sou madrinha do Inca Voluntário há 12 anos e participo ativamente das campanhas do Instituto. Visito o hospital todos os meses e também presto assistência para as famílias. Ao longo do ano todo, eu me envolvo nas arrecadações de mantimentos, latas de leite, brinquedos, entre tantos outros itens que são de extrema necessidade para os pacientes do hospital e seus parentes. No Natal, no ano passado, arrecadei 1,5 mil panetones e fizemos uma festa linda. Agora já estou em campanha para Páscoa. É um trabalho que me engrandece como ser humano e que eu amo de coração.

Você passou pela morte do seu pai, seguiu a carreira juntamente com sua mãe, teve dois nódulos no pescoço… Ou seja, a vida não é só o glamour das capas de revistas e desfiles internacionais. Você encontra na fé e na família seus alicerces. Correto? De que forma isso é sentido por você? o que traz de mais forte? De fato, a vida não é só glamour para ninguém. Mas é importante tentar extrair algo de positivo das dificuldades. É delas que saem os melhores aprendizados. E comigo não foi diferente. As dificuldades serviram para me guiar por um caminho melhor. E que bom que eu pude contar com a minha família do meu lado. Sou, de fato, uma pessoa muito apegada à família e, também, sou católica. Minha mãe me ensinou muito e hoje eu tento transmitir muitos desses ensinamentos para minhas filhas. Sempre converso com elas que, na vida, precisamos ser uma pessoa generosa e que pratica o bem.

Como lida com o tempo? Em algum momento a idade pesou para você? Lido bem. Me sinto melhor hoje, com 34 anos, do que quando tinha 20 anos. A idade traz sabedoria, maturidade. E eu vejo a maturidade de forma muito interessante. Me sirvo dela, no meu dia a dia, para me guiar nas minhas escolhas. Continuo aprendendo, é claro, mas acho que a experiência me ajuda a saber, com mais clareza, o que não fazer e como não agir.

Quando se considera bonita e como é você seu dia-a-dia? Hum, depende. Como falei, sou vaidosa e não dispenso estar bem maquiada ou arrumada. O que não quer dizer que não me acho bonita, também, quando estou mais despojada, em casa. É a tal da questão do estar bem consigo mesma. No meu dia-a-dia, procuro sempre me satisfazer no que considero o limite da minha vaidade. Nada muito excessivo. Porém, isso não quer dizer que só me sinto bonita nestas situações.

Quando quer ser sexy, que ‘armas” usa? Segredo! (Risos)

Que qualidades admira nos homens e em você mesma? Eu adoro acordar todos os dias, de manhã, e ver que o meu marido sai para trabalhar, que ele conquista alguma coisa e volta para casa cheio de amor para dar para as minhas filhas e para mim. Fico orgulhosa quando vejo que ele não se preocupa, apenas, com o trabalho dele, mas se preocupa com o outro. Tudo isso nele me encanta. Eu acho que respeito e a admiração, além do amor, claro, são qualidades muito importantes.

O que aprendeu com seus pais que quer deixar de herança para suas filhas? A minha mãe é uma mulher sensacional. Aprendi muito com ela e, lógico, levo isso diariamente para minhas filhas. A Rafaela e a Gabriela ainda são bem pequenas e têm certos papos que eu não consigo ter com elas. Mas eu aproveito, por exemplo, que às vezes eu saio para trabalhar o dia todo e só chego em casa à noite, para explicar sobre a importância da mulher ter seu trabalho e conquistar sua independência. Também reforço que precisamos ser pessoas boas e de coração bom. Falam muito da beleza das minhas filhas, por exemplo. Quando eu era criança, também falavam muito que eu era linda, mas que eu me destacava mais pelo meu jeito, pela doçura e sinceridade. Então é isso que eu tento ensinar para elas.

Para conquistar Daniella basta… Ter aquela energia que irradia só alto astral. Ah! Também amo uma boa gargalhada!

Fotos Aderi Costa

Assistentes Antônio Cleber e Daniel Sulima

Beleza Edilson Ferreira para MAC Cosmetics e L’Oréal Professionnel

Direção de arte Marco Antônio Ferraz

Styling Ingrid Ribeiro

Daniella veste: Vestido dourado do estilista Dodó Cunha feito especialmente para a capa da MENSCH; Camisa de couro Le Lis Blanc, chapéu feira de Ipanema, body Armani; Terno linho Armani Vintage, cardigan de lurex vintage Lelé da Cuca, cinto feira de Ipanema