FETICHE: Pin-ups – Povoando o imaginário masculino até a atualidade.

Poses sensuais, ar de inocência, lábios carnudos, pernas bem torneadas, cinturinha de pilão, seios fartos… papel, tinta e muito talento, eis a receita das Pin-ups. Famosas em todo o mundo as Pin-ups surgiram em pôsteres pendurados na parede (daí o termo pin-up) e vêm povoando o imaginário masculino até a atualidade. As Pin-ups surgiram na Paris do final o século XIX pelos traços talentosos dos artistas Alphonse Mucha e Jules Cheret.

 

Era o auge do teatro de revista e elas representavam uma espécie de sexualidade permitida, já que o nu ainda era um tabu e fotos de mulheres desnudas poderiam ser consideradas subversão. Os artistas perceberam que aliar a técnica da litografia com desenhos de mulheres com jeito sapeca em poses pra lá de provocantes era uma boa forma de propaganda (e é até hoje, né?). Aí foi só Alphonse Mucha desenhar os cartazes para as peças protagonizadas pela atriz Sarah Bernhardt que a notoriedade bateu à porta e as Pin-ups começaram a ganhar o mundo.

 

Dos pôsteres vieram os calendários e os maços de cigarro, todos estampados com as curvas idealizadas pelos homens da época (e de hoje também!). Curvas expostas aos poucos e “protegidas” por uma aura de inocência e pelos traços elegantes do art-noveau. Nos anos 20 a sensualidade passa a ficar mais explícita e até pitadas de lesbianismo surgem pelas mãos de Raphael Kirchner. Em seguida Hollywood “descobre” as Pin-ups e elas passam a estampar os cartazes de filmes. Através da revista Enquire as Pin-ups passaram a musas dos soldados que partiam para a segunda guerra estando em suas carteiras, desenhadas nos aviões, ou em qualquer outro lugar que fosse possível. Eram carinhosamente apelidadas de “arma secreta”, pois eram o alento dos jovens rapazes que iam para o front defender o seu país. Acabaram se tornando uma espécie de troféu quando a guerra acabou e ganharam o resto do mundo por representarem uma sensualidade sem vulgaridade.

O conceito Pin-up tem a ver com ser sexy e ao mesmo tempo ter um ar de inocência, estar vestida e ainda assim deixar à mostra, de um jeito sutil, partes do corpo. As Pin-ups poderiam ser mulheres idealizadas como também divas do cinema ou teatro consideradas sex symbols, como Betty Grable. Por conta do estilo Pin-up muitas atrizes famosas entraram para a história como Rita Hayworth, Ava Gardner e Marilyn Monroe, isso sem falar de Betty Page, que ficou conhecida com a rainha das pin-ups e foi uma das primeiras “Playmates do Mês” da PLAYBOY, aparecendo na edição de janeiro de 1955 da revista. Em terras brasileiras quem fez (e faz) muito sucesso foi o desenho Betty Boop.

O estilo Pin-up tem feito bastante sucesso atualmente e várias revistas já estamparam atrizes e modelos famosas em suas matérias com jeito sexy-inocente. E para quem quiser saber mais e se deliciar com as pin-ups a MENSCH sugere a leitura do livro Gil Elvgren “The Complete pin-ups”, da editora Taschen. Elvgren foi um dos maiores e principais ilustradores de pin-up da América, além de publicitário e design tendo produzido mais de 500 ilustrações tendo criado as pin-ups em versões dona de casa, professora, marinheira, motorista, entre tantas outras. O importante é deixar a imaginação correr e apreciar as belas formas dessas queridas figuras que permanecem até hoje

Texto: Nadezhda Bezerra